Quando Carina consegue enfim tomar as rédeas da própria vida, acaba retornando para onde passou o final de sua adolescência. Entretanto, talvez Maya preferisse nunca precisar vê-la novamente.
capa por @svrebspamp
Logo que Ryan retornou ao quarto da amiga para ter certeza que ela estava conseguindo descansar, pouco se importou com o horário e telefonou para um amigo do trabalho. Precisava ter certeza de que Bishop ficaria bem o suficiente no dia seguinte, então achou que pedir para que alguém cobrisse seu turno durante a próxima manhã era conveniente. Só então que foi arrumar a cozinha, guardando o que a mulher antes preparava.
Um pouco confuso com tudo que estava acontecendo, ele aproveitou o momento para fingir falar com Paco, que voltava a dormir pacificamente no sofá. Aquilo, ao menos, lhe dava a sensação de que não estava falando sozinho. Explicou ao cachorro o quanto não gostava de vê-la assim e que sabia que seriam longos dias pela frente, mas tudo que recebeu como resposta foi um ronco baixo. Ryan levou aquilo como um conselho e foi dormir também. Talvez seus neurônios funcionassem melhor quando ele estava inconsciente.
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Acordaram sem muita pressa no dia seguinte. Maya apareceu na sala pouco antes das nove, aparentando estar mais leve do que no dia anterior. Depois de um café da manhã forte o suficiente para compensar a falta do jantar passado, Tanner conseguiu convencê-la de irem para a praia.
Com a condição de que iriam em uma mais distante para diminuir os riscos de se encontrarem com Victoria ou Carina, a loira aceitou sem mais questionamentos. Sentia falta de passar tempo sob o sol sem se preocupar com coisas que não fossem lembrar-se de passar protetor solar, não deixar ninguém morrer e encher o saco do Ryan por tempo suficiente.
Apesar da vontade, preferiram não levar as pranchas e nem o cachorro. O caminho era um pouco maior e nenhum dos dois estava com ânimo suficiente para ter que carregar Paco caso o asfalto estivesse muito quente e a maré não era tão adequada para o surfe naquele pedaço. Levaram, portanto, apenas uma mochila com tudo que possivelmente precisariam.
Normalmente faziam uma caminhada de menos de dez minutos até a praia onde costumavam ir, mas daquela vez acabaram por gastar quase meia hora andando. Não tinham pressa em chegar, aproveitaram o caminho para conversar um pouco sobre coisas mais idiotas, porém também não andavam a passos de formiga.
Os dois eram rostos conhecidos por toda a região, então não estranharam quando, até mesmo em um local mais afastado, receberam diversos cumprimentos e acenos. Chegaram a ser convidados por alguns colegas de ensino médio de Ryan para surfar com o grupo, mas Maya estava precisando de um pouco mais de sossego naquela manhã.
