XII

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Maya teve que passar a noite seguinte inteira ouvindo Ryan dizer o quanto achava que ela estava buscando o balde que chutou até que fosse levado pela maré, mas tudo aquilo acabava saindo pelo outro ouvido

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Maya teve que passar a noite seguinte inteira ouvindo Ryan dizer o quanto achava que ela estava buscando o balde que chutou até que fosse levado pela maré, mas tudo aquilo acabava saindo pelo outro ouvido. Sabia que Tanner tinha opiniões fortes sobre Carina e não podia bater de frente – afinal, foram seus próprios relatos que o fizeram pensar daquela forma. Entretanto, ela já tinha passado da fase de se importar.

Apenas avisando que chegaria em casa mais tarde no outro dia, Bishop tentou levar o mínimo de coisa para a praia sabendo que teria que andar bons minutos extras com tudo, então conseguiu reduzir tudo em somente uma mochila. Tendo ao menos trocado de roupa antes de deixar a areia, enviou a mensagem a Ryan e guardou o celular, sem se lembrar do aparelho pelos próximos sabe-se lá quanto tempo.

Os DeLucas não moravam muito longe daquele ponto da praia, mas a tensão somada à preguiça do final de tarde atrasou Maya em cerca de dez minutos. O céu já estava todo escuro, coberto por algumas nuvens que a impedia de tentar localizar qualquer estrela que fosse. Sempre odiou noites como aquela, mas tinha aprendido a lidar. A chuva do dia seguinte podia ser agradável se ela pensasse positivo.

Logo que chegou perto o suficiente, notou que as únicas luzes acesas da casa eram a da sala e da cozinha, pelo que denunciavam as janelas do térreo. Maya subiu os poucos degraus sem mudar de velocidade, não tendo certeza se realmente estava pronta para aquilo ou não. Na pior das hipóteses, voltaria para seu apartamento e podia fingir que nada tinha acontecido. Ou ao menos tentaria.

Se afastando alguns passos após tocar a campainha, conseguiu ouvir os passos acelerados indo em direção à porta. Carina nunca teve muita cerimônia para receber visitas, nunca sequer se importou de colocar uma roupa não tão caseira assim. E, daquela vez, não seria diferente.

– Oi. – Maya interrompeu o silêncio que DeLuca construiu ao identificá-la. Claramente não era uma visita do tipo "vim ver como você está depois do seu acidente" ou coisa do tipo, o que tirou Carina de sua zona de conforto por alguns instantes. Ela cruzou os braços sobre a barriga em reflexo, tentando disfarçar a roupa que vestia.

– Entra – pediu dando um passo para o lado, abrindo espaço para que ela conseguisse chegar até a sala.

A casa continuava exatamente a mesma. Bishop não era exatamente do tipo de pessoa que se lembrava de muitos detalhes, mas tinha que admitir que já tinha passado tempo o suficiente ali para decorar cada canto daquele lugar. Nem mesmo Carina parecia ter mudado tanto fisicamente. Claro que não aparentava mais ser uma adolescente no auge dos seus dezessete ou dezoito anos, porém não parecia muito mais velha. Ninguém apostaria que ela estava para fazer 24.

– Hm, eu não sabia que você ia vir, então não tenho nada preparado. Eu posso te servir pipoca ou aquele salgadinho de camarão.

– Não se preocupe, eu estou sem fome. – Maya sorriu de canto enquanto tirava a mochila dos ombros.

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