Capítulo 8

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Bianca // segunda-feira, 16 de março

Estamos no refeitório, sentados em uma mesa redonda repleta de gente. Leah insistiu em me apresentar para todos os amigos dela - que não sou poucos.

Acho que conheci mais pessoas nos últimos 10 minutos do que durante toda a minha vida.

Leah é uma garota legal e divertida, ela faz amigos com muita facilidade. Ela fala com qualquer tipo de pessoa e de qualquer estilo. E, ao contrario de mim, consegue se abrir facilmente para qualquer um.

Apenas durante esta manhã, descobri muitas coisas sobre ela: seu estilo, cor favorita, o que gosta de fazer no tempo livre, o que aconteceu no primeiro encontro dela com o garoto mais popular da escola que ela estudou...

Para ela, é fácil confiar nos outros. Mas, mesmo a adimirando, sinto que ela é um pouco ingênua por isso. Confiar em todos não é uma coisa tão esperta assim.

Eu entendi isso quando eu tinha 12 anos. Eu tinha uma melhor amiga chamada May na época, uma das minhas únicas amigas, na verdade. Eu realmente confiava muito nela, a ponto de mostrar a ela todas as minhas cicatrizes. Contei a ela o que eu passava dentro de casa. Ela foi a primeira pessoa a quem eu contei isso, a unica que confiei o suficiente para mostrar minha situação.

No dia seguinte, na escola, ela e toda a minha turma sabiam das minhas cicatrizes.

Elas não sabiam o motivo delas estarem em meu corpo, mas sabiam que elas estavam lá, escondidas por debaixo da minha roupa. May havia inventado algo sobre altomutilação. Ela tinha espalhado para todos o quão depressiva eu era. Foi difícil fazer novos amigos depois disso, ninguém quer ficar perto de alguém problematico.

Depois disso, aprendi que nem todas as pessoas são boas. Foi difícil confiar em alguem depois do acontecimento.

- Certo, Bianca?

Ouço Leah se direcionar a mim enquanto eu voava em pensamentos. Estamos todos na mesa agora - eu, Leah e os amigos dela - e todos os pares de olhos estão me encarando, esperando a resposta de algo que eu não faço ideia do que seja.

Apenas os encaro de volta confusa, tentando ler suas mentes em busca da resposta que eles esperam que eu dê.

- Como eu disse antes, existe varios garotos bonito na faculdade - Leah quebra o silêncio. - Porém, nem todos têm um bom caráter.

Sorrio agradecida por Leah ter repetido o que tinha dito.

- Ah, sim! É verdade. Eu tenho um bom exemplo - digo pensando no projeto de samurai.

Leah me olha confusa, mas ela logo percebe de quem eu estou falando e começa a rir.

De uma forma ineperada, alguém puxa as longas tranças de Leah. Vejo ela arregalar os olhos e olhar para o autor do crime.

M.J.

Ele está sozinho, não vejo Mason ou Cade por perto.

Leah o lança um olhar mortal e dá um tapa forte - que fez um barulhão - no ombro de M.J.

- Quem morrer, Matt Jonson? - Leah praticamente grita enquanto as pessoas em volta a mesa apenas obsrvam entre risadinhas baixas.

M.J leva a mão até seu ombro, no local em que sua irmã deu o tapa.

- Você revidou forte demais. O que eu dei não foi nem considerado um puxão, mas sim um puxinho de cabelo - Matt se defende.

- Você merece mais do que um tapa, bigodinho de leite - Leah revida.

M.J a encara incrédulo. Engulo a vontade de rir enquanto observo a discução dos imãos.

- Bigodinho de leite? - Indaga o moreno, que leva a mão no peito fingindo ofença. - Pois fique sabendo que esse "bigodinho de leite" já conquistou pelo menos a metade da garotas dessa faculdade.

Entre borboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora