O Início

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Eu não vi a queda da Muralha Maria.

Não é como se eu fosse nova demais para lembrar. Mas depois que meus pais ficaram velhos demais para o Reconhecimento, fomos morar em um dos pontos mais afastados dentro da Muralha Maria, distante das pequenas áreas rurais e urbanas, longe dos vilarejos. A cabana que meus avós construíram, de madeira, emergia no meio de uma clareira em uma floresta densa, próxima a um lago, com animais para caça e muitas frutas.


A cabana não era nada pequena; na verdade, meu avô a construiu pensando em um dia deixá-la para que os cadetes pudessem ter um lugar para treinar em meio à mata

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A cabana não era nada pequena; na verdade, meu avô a construiu pensando em um dia deixá-la para que os cadetes pudessem ter um lugar para treinar em meio à mata. Além disso, foi grande o suficiente para que meus pais e seus sete filhos tivessem uma vida confortável. Miki, o mais novo e meu irmão gêmeo, nasceu vinte minutos depois de mim; minha mãe sempre dizia que foram os vinte minutos mais longos de sua vida.

Preciso fazer uma pausa na história que vou contar para incluir uma narrativa paralela. No dia em que eu e meu irmão viemos a este mundo, minha mãe e meus irmãos estavam presentes, mas meu pai não; ele estava na base de Trost, como sempre. Quando o parto começou, Akinori, o primogênito, enviou Arata, o segundo filho, para buscar nosso pai, e pediu a Katsuro, o terceiro filho, que chamasse alguém para auxiliar no parto. Quem ouviu os gritos e correu para auxiliar foi nosso vizinho, um professor da escola local. O filho dele se juntou a Arata indo em busca de meu pai.

Minha mãe não queria dar à luz sem que todos estivessem presentes, mas eu não a dei muita escolha. Quando meu pai, Arata e o jovem vizinho chegaram, Akinori correu para fora comigo em seus braços, gritando, feliz e orgulhoso, que era uma menina. O rosto de meu pai, quase sempre sério e contido, explodiu em alegria. Sua primeira filha mulher. Ele estava orgulhoso e feliz como nunca esteve antes, mas quando ouviu minha mãe gritar novamente, correu para dentro, deixando meus irmãos e eu ali, sob a luz do luar.

Aki, como eu sempre o chamei, tinha cabelos longos e lisos, prateados como os de meu pai, e olhos verdes como os de minha mãe. Enrolei meus pequenos e delicados dedinhos naquele cabelo, e nunca mais soltei. Aki, Arata e seu colega ficaram me olhando. Sempre que me contavam essa história, Arata dizia como os três tinham um olhar de pavor, como se a qualquer momento uma ventania pudesse nos quebrar. Assim, eles apenas ficaram ali, estáticos, até que meu pai e o professor voltaram, meu pai trazendo mais um bebê em seu colo.

Quando viram o segundo bebê com pequenas penugens de cabelo prateado, ficaram maravilhados. Era extremamente raro ter mais de um bebê, mas minha mãe sempre dizia que já sabia que isso aconteceria. Os cinco homens ficaram admirando os dois pequenos bebês como se fossem peças de museu, até que minha mãe, do quarto, gritou repreendendo meu pai:

- Traga meus bebês de volta, Ryuu!

Meu pai se assustou com o grito de minha mãe, como se aquilo o trouxesse de volta para a realidade. O professor deu um tapa nas costas de meu pai, o parabenizando pelos bebês lindos e saudáveis, e voltou para sua casa. Mas meu pai e os três garotos retornaram para dentro da casa, onde minha mãe estava deitada em uma cama com Katsuro, Nao e Rokuro ao seu redor, prontos para providenciarem qualquer coisa que precisassem.

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