Cinco Anos

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Quanto mais o tempo passava, mais longos os dias ficavam. Mais entediada e esgotada eu estava. Se papai e mamãe estivessem vivos, diriam não reconhecer os próprios filhos que deixaram de lutar pela humanidade e por suas felicidades para ficar esperando a morte chegar em uma cabana velha. Haviam se passado cinco anos desde a queda da Muralha Maria. Cinco longos anos. O rastro causado pelo titã durante o Natal três anos atrás mal podia ser visto, o plano de Aki funcionou, pelo menos para manter os outros titãs afastados.


Aquele dia estava quente, do tipo que a brisa pesada custa para soprar. Eu estava na Torre olhando o horizonte, memorizando a paisagem pela milésima vez quando avistei um corvo vindo do oeste, ele grasnava como louco, sinalizando que havia visto algo de incomum. Olhei pela direção que ele havia vindo e não avistei nada muito preocupante, nada que indicasse um titã, ou pelo menos um titã grande. Desci da torre, procurando meus irmãos, mas Aki havia saído para caçar, e Arata e Miki estavam abastecendo os reservatórios de água.

- Sobrou para mim - disse, dando uma semente para o corvo como recompensa pelo seu trabalho; ele grasnou de volta em agradecimento e voltou para as árvores.

Arrumei meu equipamento; mesmo se fosse um titã de pequeno porte, o equipamento sempre é necessário. O caminho estava completamente calmo; tudo o que conseguia ouvir eram as cigarras que sinalizavam a chegada de uma onda de calor. Mas, conforme me embrenhava na mata, comecei a ouvir novamente o grasnar dos meus corvos, provavelmente sinalizando onde o problema estava.

Quando me aproximei, notei uma garota pequena, ruiva, usando o uniforme da Divisão de Reconhecimento. Ela parecia machucada e com medo. Antes que eu pudesse me aproximar, novamente ouvi o grasnar de um corvo, desta vez acompanhado pelo característico rosnado de um titã. A garota estremeceu, andando cada vez mais rápido. Usei o DMT para subir em uma árvore, não avistava o titã, o que quer dizer que deveria ser um pequeno, no máximo quatro metros. Alguns segundos se passaram até que avistei o titã correndo em direção à ruiva. O movimento foi rápido e preciso; não precisei sequer usar o DMT, apenas saltei de cima da árvore e golpeei o titã em um giro de corpo. Um instante depois, o titã estava no chão, e eu estava em pé atrás dele, olhando para a garota ruiva que estava caída sentada em frente a uma árvore.

- Está ferida? - perguntei, mas a garota não respondeu. - Você sabe me dizer seu nome?

 - Você sabe me dizer seu nome?

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A ruiva parecia estar em choque. Um dos corvos pousou em meu ombro, esperando a recompensa por seu bom trabalho, entreguei uma semente a ele.

- Avise os outros - disse ao pássaro, que na mesma hora levantou voo.


Caminhei até a garota ruiva, me ajoelhando na frente dela. Havia um machucado em sua testa, e seu tornozelo parecia torcido, mas não aparentava ter nenhum outro trauma. Retirei um lenço do bolso e estendi para ela. A garota pegou o lenço sem prestar atenção; ela só conseguia olhar para mim, provavelmente calculando de onde eu havia saído.

Attack on Titan: AkiraOnde histórias criam vida. Descubra agora