(Quase) Como Nos Velhos Tempos

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Akinori Akira era um homem difícil. Minha mãe sempre dizia como ele se parecia com nosso pai em muitos aspectos. Aki era um homem austero e conservava uma feição séria na maior parte do tempo, como se estivesse sempre preocupado com algo. Mamãe dizia que nosso pai também era daquele jeito, sempre sério e preocupado com o próximo passo, mas tudo mudou com o nascimento de seus filhos. Eu, quando pequena, ao escutar essas histórias, dizia que Aki tinha absorvido Ryuu Akira e deixado apenas o papai para nós. Mas acho que esse é o fardo do irmão mais velho: sempre se preocupar com os mais novos. Não que eu não me preocupe, ou Miki ou Arata. Mas o fato de termos Aki aqui sempre me tranquilizou. Sabia que não teria problema em pedir para Petra Ral entregar uma mensagem para Erwin Smith porque, independentemente do resultado, sabia que daríamos um jeito. Sabia que Akinori Akira daria um jeito.

- Erwin - disse Aki enquanto descia os degraus em frente à cabana, parecendo não acreditar no que via.

Arata o seguiu, parando ao meu lado e segurando minha mão. Acho que Arata ainda não sabia se eles estavam ali porque eram nossos amigos ou porque iriam nos matar. Aki parou em frente a Erwin, estudando-o com os olhos. Os demais cadetes olhavam em volta, talvez tentando prever se algum titã nos atacaria. Hange caminhou de forma confiante e confortável até Arata, dando-lhe um grande abraço.

- Você está mesmo aqui, Hange Zoe? - Arata sempre a chamava pelo nome e sobrenome, algum tipo de piada interna entre eles.

- Em carne e osso, Arata Akira - ela respondeu. 

Aki continuava encarando Erwin, ambos pareciam ter visto um fantasma. Por um momento, pensei que eles tivessem apenas se esquecido de como se movimentar ou falar. Mas a verdade é que Akinori e Erwin eram melhores amigos desde que nasceram. Erwin perdera a mãe ainda quando era apenas um bebê e, como nesta época, minha mãe e meu pai se mudaram justamente para a casa ao lado da do Professor Smith, Erwin e Aki praticamente cresceram juntos. Mamãe sempre dizia que, depois de meu nascimento, Erwin não saía mais de nossa casa. Ele e Aki andavam sempre juntos, se tornaram melhores amigos e, justamente por isso, sei que eu não era a única que ansiava para voltar para as muralhas, para minha vida antiga.

- Você envelheceu - foi Erwin quem rompeu o silêncio.

Aki soltou uma risada nasal, abraçando o melhor amigo que há muito tempo não via. Todos os membros mais jovens do reconhecimento ficaram encarando a reação de Erwin. Suponho que há muito tempo não o viam tão relaxado e suponho que não esperavam essa reação em um lugar cercado de titãs. Sentia-me completa, ou quase, novamente. Sentia que mamãe e papai estavam felizes, onde quer que eles estivessem, pelo simples fato de que estávamos novamente reunidos. Erwin estava em família novamente.

Antes da queda da Muralha Maria, meu pai sempre dizia como confiava em Erwin, que ele acabaria sendo um ótimo comandante para a tropa, e acho que ele estava correto

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Antes da queda da Muralha Maria, meu pai sempre dizia como confiava em Erwin, que ele acabaria sendo um ótimo comandante para a tropa, e acho que ele estava correto. Desde o momento em que vi o esquadrão na floresta, percebi o profundo respeito que eles reservavam a Erwin, e aqui não era diferente. Apesar de mais velho, Aki sempre teve um profundo respeito e admiração por Erwin, assim como eu, Miki e Arata. Erwin não foi apenas nosso vizinho ou melhor amigo do meu irmão mais velho. Ele sempre foi parte da família, nosso irmão, apesar de Erwin sempre dizer que nossa família era repleta de loucos, ele também fazia parte desse hospício.

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