O Mesmo Dia

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Depois de ser acordada abruptamente por Ackerman, consegui voltar a dormir somente quando o sol já se revelava no horizonte. Além do frio persistente, que não conseguia parar de sentir, Miki e Petra conseguiam fazer barulho suficiente para ser ouvido da Muralha Sinna. Apesar de tomar um banho quente e mais duas canecas de chá, o frio não passou. Para falar a verdade, sentia cada vez mais frio e estava começando a sentir meu nariz escorrendo. Juro por Deus que se eu ficar gripada por conta de uma brincadeira sem graça de Levi Ackerman, eu mato ele.

Quando acordei, já deveria passar das dez da manhã, pois me despertei com o som de espadas vindo do quintal. Ao olhar pela janela, vi Aki e Arata treinando com as espadas. Olhei para o pijama que estava vestindo e para a jaqueta com o símbolo das asas em cima da cadeira, percebi que estava com a roupa errada. Corri para minha cômoda, revirando as gavetas e procurando meu antigo uniforme. Faziam anos que eu não olhava para aquela roupa, que, no fim, ainda me servia (parcialmente). Na verdade, a camisa estava manchada, a jaqueta apertada, e a calça sequer fechava; mas as botas ainda serviam perfeitamente. Revirei os olhos. A parte boa de ter irmãos é que eles crescem muito, mas um dia você vai poder usar as roupas de quando eles tinham 16 anos. Ataquei o guarda-roupa de Miki, e você se lembra do que eu falei sobre sutiãs atirados no quarto dele? Então, aparentemente, Petra Ral gosta da cor vermelha.

Peguei o uniforme de quando Miki e eu entramos para o reconhecimento. As calças e a camisa serviram como uma luva, mas a jaqueta seria o pagamento de Levi por ter me acordado com um balde de água gelada. Assim que fiquei pronta, fui me juntar aos outros. Aki e Arata estavam ensinando Gunther e Oluo alguns golpes; Aki era incrível nisso, na arte de ensinar. Meu irmão mais velho tinha uma paciência incrível e uma forma única de lidar com crianças e adolescentes. Me pergunto se ele já estaria casado e com filhos a essa altura. Aki teve uma namorada, acho que foi seu primeiro amor, talvez fosse seu único amor. Aki não é como Arata ou Miki (ou eu); Aki é o tipo de pessoa que se apaixona apenas uma vez, completamente fiel a apenas uma mulher, e foi assim com Laurin.

 Aki não é como Arata ou Miki (ou eu); Aki é o tipo de pessoa que se apaixona apenas uma vez, completamente fiel a apenas uma mulher, e foi assim com Laurin

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Laurin não fazia parte da Divisão de Reconhecimento, ela tinha uma padaria em Trost, próximo ao Quartel. Nós sempre íamos lá, principalmente depois de um longo dia de treinamento, e todos os dias Akinori Akira não conseguia tirar os olhos da garota loira. Laurin, por sua vez, parecia não notar muito meu irmão mais velho. Ele era quieto e reservado, preferia ficar observando Laurin ao invés de fazer algo, chamá-la para um encontro ou sequer dizer como o sorriso dela era lindo, era algo impensável para ele. Em um dia quente de primavera, Laurin estava particularmente linda, usando uma coroa de flores amarelas na cabeça. Aki não conseguia tirar os olhos dela, a cada sorriso que ela dava, ele se derretia ainda mais, ficando com as bochechas vermelhas. Então, ele apenas se levantou e andou até ela, que sorriu com as bochechas vermelhas e acenou com a cabeça. Depois daquilo, eles não se desgrudavam mais. Aki se apaixonou por ela de uma forma tão intensa que, no dia em que a viu pela primeira vez, disse para papai que se casaria com aquela mulher. Mas acho que o futuro é sempre algo imprevisível; absolutamente tudo pode acontecer. Então, eles não se casaram.

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