O Pedido

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O Beco Diagonal ainda estava em reconstrução, tinham lojas que ainda continuavam fechadas, mas a maioria já estava restaurada e funcionava. A sorveteria Florean Fortscue reabriu, agora com a gerência de Felix Fortscue, filho do antigo dono que desapareceu depois de ser capturado pelos Comensais da Morte e ainda não foi encontrado.

Nos andamos pelas ruas de mãos dadas. As pessoas, enquanto passávamos, me encaravam, apontavam e cochichavam. Eu acho que não nasci para isso, me sentia extremamente desconfortável com toda aquela atenção. Gina percebeu isso também, ficando tensa, ela também ficou desconfortável. Ela chegou mais perto de mim, falando baixo:

- Quer voltar?

- Quê? Não - balancei a cabeça negando, com se fosse uma péssima ideia, não queria estragar isso por causa de outras pessoas.

- Tem certeza? Eu sei que não gosta muito disso - falou preocupada, apertando minha mão.

- Eu aguento...

- E se a gente pegar o sorvete e levar para outro lugar? - ela sugeriu e eu fiquei feliz por ela ter falado isso.

- Tá legal - respondi com um sorriso.

Fomos para a sorveteria e pedimos nossos sorvetes para viagem, enquanto eu pensava aonde levaria ela, afinal tinha que ser um lugar especial. Por fim decidi para onde levaria ela.

- E agora? - ela perguntou animada.

- Eu sei que você não gosta de aparatação acompanhada... - comecei a explicar.

- Vamos! - exclamou me interrompendo. - Uma hora vou ter que me acostumar a isso, já que nesse ano vou aprender a aparatar.

- Certo - andamos para o salão de apartação do Beco Diagonal.

Quando chegamos lá ofereci meu braço para ela, que segurou firmemente.

- Pronta? - perguntei.

- Sim - ela falou e respirou fundo.

Aparatei em uma estrada, com uma pequena cidadezinha mais a frente. Ela olhou ao redor admirando os campos verdes na nossa volta.

- Onde estamos? - ela perguntou não reconhecendo o lugar.

- Godric's Hollow - falei, olhando para ela com certo receio.

- Onde você você nasceu? - perguntou curiosa, um brilho de animação passou nos olhos.

- Sim - falei afirmando com a cabeça.

- Legal! - ela sorriu.

- Vem! Quero te mostrar um lugar.

Peguei sua mão e a puxei até a frente de uma casa que tinha o seu lado direito destruído, como se estivesse acontecido uma explosão. Parei em sua frente e ficamos apenas encarando.

- É aqui? - ela perguntou em um sussurro, como se estivesse com medo de ser ouvida.

Ergui minha mão e toquei no portão, onde apareceu a placa de madeira com letras douradas. Ela se inclinou para ler.

- Neste local, na noite de 31 de outubro de 1981, Lílian e James Potter perderam a vida. - Enquanto ela lia senti seu aperto em minha mão ganhar força. - Seu filho, Harry, é o único bruxo a ter sobrevivido à Maldição da Morte. Esta casa, invisível aos trouxas, foi mantida em ruínas como um monumento aos Potter e uma lembrança da violência que destruiu sua família.

Ela acabou de ler e o silêncio caiu sobre nós. Comecei a achar que esse é um péssimo lugar para um pedido de namoro, me arrependi no mesmo segundo.

- Eu sei que é um lugar meio estranho para um primeiro encontro, mas foi o primeiro lugar que consegui pensar... - falei nervoso.

DELICATE ☆ HinnyOnde histórias criam vida. Descubra agora