4 - S/n's pov

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- Como é?! - Dei um gritinho no carro de Daniel. Ele me ofereceu uma carona pois disse que precisava falar comigo, e o que ele precisava me dizer era que eu teria que me encontrar com Taylor. Só eu e ela. Sozinhas!

- S/n, olha, eu entendo que você esteja zangada, mas ela veio me falar que você não tinha prestado atenção em nada do que ela disse na reunião. - O que é isso? Sou uma criança no primário que dormiu na aula da professora? - Então, eu achei melhor que tivessem uma reunião só as duas.

- Não acredito que você me meteu nessa. Pra quê inimigo se eu tenho você, né? - Cruzei os braços, virando a cara para a janela. - Já é a segunda vez que você apronta comigo.

- Você choraminga demais, sabia? - Ele riu. - Olha, não é o fim do mundo. Eu vou encontrar um lugar, um horário e uma data. Deixa que eu cuido disso. A única coisa que você tem que fazer é ir e prestar atenção no seu trabalho.

- No caso, a pior parte. - Revirei os olhos. - Daniel, é sério, eu não gosto dela. Não quero estar no mesmo ambiente que ela e se eu pudesse não respiraria nem o mesmo ar.

- Você não pode continuar com esse ódio para sempre, S/n. Sei que você sempre foi rancorosa, mas você já é uma adulta. Você nunca nem a deu uma chance de se explicar, sempre a ignorou.

- Ah, Daniel, agora está parecendo que você está do lado dela. - Olhei para ele agora, ainda emburrada. - E eu não preciso de explicações. Ela fez o que fez e acabou.

- Nunca nem publicaram uma nota oficial, S/n. Só começaram a dizer que não aparecia totalmente a Taylor na foto e começaram a dizer que era apenas você ali. Você sabe que tinha inimigos na época.

- Eu sei, Daniel. O que eu quero dizer, é que ela deixou que continuasse. - Ele estaciona na frente do meu prédio e eu me solto do cinto de segurança. - Não quero mais falar sobre isso.

- Você deveria dar uma chance, esse é meu único conselho. - Ele fala por fim e abre os braços para me abraçar. Olhei para ele por alguns segundos pensando em suas palavras e o abracei, me afastando depois. - Vou te mandar um e-mail daqui a pouco com as informações. É para ler!

- Tá, eu vou ler. - Abri a porta do carro e saí, fechando a porta. Me apoiei na janela, apontando o dedo indicador para ele em acusação. - Não vai achando que mudei de ideia apenas por causa dessas suas falácias de coach. - Ele fez um legal para mim e arrancou com o carro. Estou começando a achar que Daniel formou algum complô contra mim que está me levando até àquela loira.

Sem pensar demais para não desistir dessa bomba de encontro, dei as costas para a rua e passei pelo portão do condomínio, acenando para o senhor Moisés.

- Opa! - O cumprimento sempre assim... meio velho, fazer o quê. - Boa noite, Moisés.

- S/n! - Ele ri pelo apelido e logo depois começa a tossir freneticamente, balançando seus cabelos lisos das laterais de sua cabeça, o que me deixa preocupada com a ideia de que posso matar o velho de rir.

- Está tudo bem? Precisa que eu suba aí para ajudá-lo? - Cerrei os olhos para conseguir focar nele na torre da portaria.

- Não, filha. Não é necessário. - Ele gesticula com uma das mãos enquanto a outra ainda está sobre sua boca. - A idade está me matando. - Ele me dá um sorriso amarelo.

- Que nada! O senhor tem muito pela frente ainda. - Não tenho tanta certeza disso. Ele apenas mexe a cabeça e eu saio andando até as escadas, olhando para cima e encarando todos os degraus que vou ter que subir, me perguntando se não é menos trabalhoso dormir aqui no chão.

Acabei subindo todos os degraus com muita satisfação ao lembrar que hoje iria terminar pela vigésima vez a terceira temporada de The 100. Só assisti até ela, não suporto ver a Clarke sofrendo sem a Lexa.

Mais que uma noite em NWOnde histórias criam vida. Descubra agora