18 - S/n's pov II

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Eu fugi de Taylor para caminhar pela costa da praia chutando areia e pedrinhas, mas ela apareceu subitamente ao meu lado, então, eu e Taylor caminhamos pela costa da praia chutando areia e pedrinhas lado a lado. O vento batia em nossos rostos e nossos cabelos voavam de forma desordenada. Ela ficava constantemente vermelha com nossas interações e toda nossa tensão estava me enlouquecendo desde ontem à noite.

Eu me virei, revirei e desvirei até ficar tonta naquela cama. Senti falta do calor da loira que tive há apenas alguns minutos e tive dificuldade para conseguir dormir. Fiquei mais de meia-hora no Instagram presa ao seu ícone de online com esperança de que mudaria para digitando...

Sério, o que me deu na cabeça para me enfiar entre as coxas da minha atual chefe num ensaio de beijo técnico? Era para ser apenas uma demonstração. Nem consigo imaginar o que aconteceria se não tivessem batido na porta. Malditos drinks.

Para completar: Taylor simplesmente não para de me observar. Seus olhos azuis sempre se desviam do horizonte para os meus cabelos, boca, nuca, pernas... Resumindo, eu inteira. Tudo isso é contraditório ao que acabamos de estabelecer: que somos uma boa dupla de amigas.

Ainda tem a minha implicância com Diana e minha confissão sobre fazermos a cena apenas eu e ela, sem intervenções de terceiros. Juntando tudo, realmente, não parece tanto assim uma amizade... mas é! É apenas uma amizade. Pode ter um beijo técnico que quase passou do ponto, olhares furtivos e muitas bochechas coradas? Sim! Isso não nos faz ser menos amigas (muito menos mais que isso).

– Quando você pretende deixar a notícia ir à público? – perguntei entrando novamente no assunto do seu término. Seu término. Pelo menos tinha isso para me deixar um pouco feliz.

– Ah, não sei. Já deve ser óbvio. – Seus dedos entrelaçaram seus fios loiros como um pente, jogando-os para trás. A tranquilidade em sua voz ao falar daquilo me pesava o coração; ela já esperava isso dele.

– Maldito – murmurei. – Odeio como você está lidando.

– Você espera que eu sofra? – Sorriu com as mãos na cintura, parando de caminhar.

– Não exatamente. – Parei de andar também para ficar a sua frente. – É só que torna tudo mais melancólico, sabe? Você saber de tudo e só ter esperado esse tempo todo por amá-lo – suspirei, exalando aquele pesar no coração. – Isso é muito triste. Como ele pôde fazer tudo isso, hein? – perguntei mais para mim mesma do que para ela.

– Você é muito boa mesmo, S/n. Adoro isso em você. – Seus lábios formavam um sorrisinho grato enquanto seus olhos ainda passeavam por mim. – Joe sempre teve um lado mais obscuro, maldoso. Eu nunca deveria ter confiado nele desde quando foi tão transparente no dia que nos conhecemos; quando falou mal de você. – Seus ombros subiram e desceram, dando a entender que se lamentar não adiantava mais.

– Eterno cabeça de ovo. – Seu rostinho cabisbaixo se revelou com uma risada pela minha fala. É tolo dizer que fazê-la rir aquece meu peito de satisfação? Talvez. Além disso, eu tinha uma dúvida pendente. – Você ainda o ama apesar de tudo?

Bom, seus olhos levemente arregalados e sobrancelhas juntas deixaram claro que ela não esperava essa pergunta logo após uma piada. Aos poucos seu rosto foi suavizando como se ela estivesse respondendo a si própria primeiro.

– Não. – Ela suspirou e começou a estalar os próprios dedos; estava nervosa. – Não gosto de pensar assim sobre isso, me sinto culpada. Mas é a verdade.– Agora foi a vez das minhas sobrancelhas se estreitarem.

– Culpada? Definitivamente não. – Meus dedos se esticaram sem que eu percebesse para segurar seus braços com leveza. – Taylor, ele te traiu – disse olhando em seus olhos, indignada. – O culpado, perverso e ingrato é ele, não você.

Mais que uma noite em NWOnde histórias criam vida. Descubra agora