17 - Taylor's pov II

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Era por volta das 22:00 quando eu estava apoiando uma S/n bêbada no meu ombro para que ela conseguisse andar. É engraçado se for parar para pensar que estávamos numa tensão que nos levaria a algum lugar antes dela vomitar tudo do dia em uma lixeira fedida. Até agora, ela não tinha dito nada. Só sei que não está desacordada pois suas mãos geladas ainda seguram firmemente minha cintura como apoio.

Seu corpo estava frágil e tremendo, então eu dava graças a Deus por termos nos encontrado antes de irmos embora. Não gosto nem de pensar em como seria se ela voltasse sozinha. Eu não sou a maior segurança do mundo, mas já é alguma coisa. Eu com certeza daria uns tapas em quem ousasse mexer com ela agora.

Por o hotel ser perto da praia, não demoramos nada para chegar. Nas portas de entrada só tinha uma lâmpada acesa com um homem alto e forte na frente que abriu as duas portas para que eu conseguisse passar com S/n. Vou fazê-la virar um bom copo d’água assim que subirmos.

– Obrigada. – Agradeci ao homem com um sorrisinho e ele apenas me respondeu com um gesto breve de cabeça.

Suei mais carregando a maior parte de S/n até entrarmos de vez no elevador. Chequei seu rosto e ela virou a cara para a parede, falando pela primeira vez.

– Devo estar pálida e com bafo. – Manteu seu rosto a distância. – Não olhe para mim agora.

Suspirei impressionada que essa era a sua única preocupação agora e não a baita dor de cabeça que ela vai ter amanhã.

As portas de metal se abrem e eu ainda a arrasto até chegarmos na frente do quarto. Sorri por aquilo ter acabado e por estarmos juntas e seguras agora. Puxei da minha cintura o cartão branco que estava preso a minha canga e passei no sensor da porta, destrancando-a no mesmo instante.

– Eu consigo a partir daqui. – Murmurou se desencostando do meu ombro e se agarrando nas paredes do quarto para conseguir andar.

– Vai acabar caindo. – A avisei antes de seu pé falhar e ela quase ir de encontro ao chão.

– Valeu pelo aviso. – Ironizou com a voz arrastada e continuou seu caminho até virar o corredor e eu escutar o barulho da porta do banheiro se fechando.

Enquanto ouvia o som do chuveiro ligado, enchi o maior copo que encontrei na sala de bebidas, só que com água. Também vasculhei minha mala até achar duas pílulas para ressaca. Trouxe várias achando que eu seria a única super bêbada da ocasião, mas pelo menos vão servir para S/n.

Deixei essas duas coisas na mesa de cabeceira e revirei minhas malas com coisas que precisaria depois que saísse do banho, deixando tudo na mesa que tinha um espelho a frente e me sentei na cadeira acolchoada. Eu estava com uma leve marca de dedos vermelhos na cintura, coisa de S/n. Meu rosto exalava todo o meu cansaço, mas o batom imbatível estava no mesmo lugar sem nenhuma imperfeição. Me recostei na cadeira, deixando meu tronco relaxar.

Me questionava sobre S/n sempre, mas agora mais do que nunca. Suas mãos em mim hoje tantas vezes, por tantos motivos, me causavam calafrios. Seus olhares furtivos para mim que, imagino eu, não eram para serem notados. Quando ela dançou “Vigilant Shit, nossa, aquilo foi demais. Eu senti coisas, não dá para negar. E agora, para somar, sua implicância com Diana. “E você não quer beijar Diana?”, e aí ela vomitou.

Levantei em um pulo da cadeira quando a porta do banheiro se abriu de repente. Me virei na direção e vi S/n de cabelos úmidos saindo envolvida num roupão branco felpudo e de pés descalço. Ela ainda tremia.

– Sou só eu. – Disse com os olhos semicerrados tentando me enxergar do outro lado do cômodo. Ela não abriu muito os olhos desde que saímos do fundo do bar, então presumi que sua visão estivesse sensível a luz. Portanto, todas as luzes estão apagadas, tirando um único abajur.

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