12 - S/n's pov

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Acordei no meu quarto com os barulhos de caminhões, buzinas e vozes masculinas exageradamente altas pela rua. Na última noite, voltei para casa com Robert comentando sobre o quanto os gatos de Taylor são adoráveis, mas ele discordou em certo ponto. Disse que Meredith sempre arranha seus sapatos novos, dando prejuízo. Mesmo assim, eu não liguei. Eu adorei os gatos de Taylor e gostei do incidente dos gravetos ter me permitido conhecê-los. Talvez eu monte um plano para pegar todos para mim.

Como em todas as manhãs, meu cabelo está uma bagunça e meu rosto está amassado, talvez esse seja um dos motivos que tenho receio de dormir com alguém há meses além dos meus próprios lençóis frios. Não gosto nem da ideia de ter alguém pela manhã me olhando assim. Eu realmente preciso de um gato para me fazer companhia.

Me levantei para mais uma rotina exautiva de trabalho. Não tanto para mim, na verdade. Até agora não me senti nem um pouco cansada, lembro até de Madison ter me chamado de "máquina", mas também não é bem assim. Acho que estou tão eufórica que estou ficando descuidada comigo mesma, desconectada do meu pŕoprio corpo. Mas tudo bem, não vejo problema em lidar com toda a exaustão depois que tudo acabar.

Estou até mais ansiosa para isso: o final que todos vão relembrar o meu nome. Não quero que esqueçam meu passado pois não fiz nada de errado, não sei se o mundo está pronto para me abraçar como eu sou, sem deixar nada de fora. Mesmo assim, não ligo e estou disposta a tentar. Afinal, vários artistas anualmente estão se assumindo por aí. Não significa que o hate sumiu, mas significa que dá para viver sendo quem somos. Pelo menos, é o que eu espero.

Não estava lembrada de um detalhe desta amanhã até ele pular na tela do meu celular em uma notificação.

Madison Bailey 🔹️

Espero que não tenha se esquecido
do nosso café.

Claro que não! Já estava indo me arrumar.

Ótimo. Tenho planos legais para essa
manhã se você estiver interessada.

Não respondi a partir daí porque não estou interessada. Madison e eu viramos amigas há uma semana e isso é ótimo, o problema é que ela quer mais proximidade do que eu posso oferecer. Diferente de Taylor, ela não liga muito para os meus limites pessoais e isso já chegou a me irritar algumas vezes. De qualquer modo, pessoas são diferentes. Deve ser apenas o jeito dela.

Sem muita enrolação, fiquei pronta em alguns minutos. Vesti uma calça oversized preta da nike com uma camisa branca. A manhã estava com brisas frias, então por cima vesti um casaco do homem-aranha que ganhei do Tom Holland pela caixa de entrega. Faz anos que não o vejo e sinto sua falta. Nos pés calcei meu air force branco com detalhes rosa. Estava totalmente pronta depois que coloquei meu colar com o típico pingente.

Daniel me aconselhou a voltar a usar o instagram com mais frequência, então puxei meu celular da mesinha de cabeceira e tirei uma selfie de cima para baixo. Encarei a tela, meu rosto, roupa e o fundo da foto. Não tinha nada demais e eu estava bonita, mas aquele maldito medo dos comentários ainda me assombra dia e noite. A primeira foto que consegui postar do meu rosto depois de anos tive que desativar os comentários, mas não porque alguém comentou algo maldoso, eu nem esperei. Só tenho medo de que algo negativo me derrube de novo. Sinto que sempre devo estar alerta nas redes sociais.

Ainda com medo, apertei em "send story", sem volta. Saí do aplicativo no mesmo momento e ativei o "não perturbe", me sentindo um pouco mais segura por causa de um botão. Dei mais uma olhada nos meus cabelos brilhantes contra a luz solar que invadia pelas janelas, tendo certeza mais uma vez de que estava casual e bonita (adicionando atleta pela calça e tênis da nike). O famoso "vagabunda básica".

Mais que uma noite em NWOnde histórias criam vida. Descubra agora