19 - Taylor's pov

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Eu e S/n estamos de volta ao aeroporto e está chovendo tanto a ponto da água invadir onde estávamos pisando nesse momento. O barulho das trovoadas e a água agredindo o teto metálico era ensurdecedor.

- Como eu vou voltar pra casa? - perguntou ela, preocupada. Sua casquinha de sorvete misto já estava melecando todos os seus dedos.

- Você esquece que é minha amiga, não é possível. - Neguei com a cabeça e comecei a abrir minha mala, sorrindo.

- Ah, claro. Você tem uma lancha aí, Swift? - o sarcasmo na voz de S/n me deixou prepotente.

- Melhor! - quando abri todo o zíper da minha mala, pulou um iate para fora e espirrou água para todo lado. O aeroporto meio que explodiu e eu voei até abrir os olhos, assustada, com o peito inflado de tanto segurar o ar que soltei todo de uma vez. Foi tudo um sonho, claro.

Esfreguei meus olhos e movi o rosto para os lados, sentindo uma dor tensa no pescoço. Pela altura identifiquei que ainda estava no sofá, até porque estava usando um travesseiro um tanto quanto diferente também. Uma palma macia e de dedos delicados.

Ergui meu olhar e vi uma S/n deitada de lado com o rosto amassando contra uma almofada. Seus lábios estavam entreabertos enquanto seus cílios longos caíam graciosamente sob as bochechas. Adorável, mas por que estamos dormindo no sofá?

Comecei a me sentar lentamente por receio de acordá-la sem necessidade e acendi a tela do seu celular mais uma vez para conferir o horário: 10:23. Por Deus, a que horas fomos dormir ontem depois de tanta conversa?

Soltei um grunhido ao virar a cabeça e sentir a dor aguda na nuca novamente, isso acabou fazendo S/n se remexer uma, duas, três vezes... até abrir os olhos de uma vez.

- O que é? - resmungou igual uma adolescente que não quer ir pra escola. - Mais cinco minutinhos... - Então, os fechou de novo. A blusa verde musgo de mangas flutuantes havia deslizado um pouco para baixo durante a noite, e os meus olhos em pura teimosia se prenderam no seu ombro nu.

- Bom dia! É bom você acordar se quiser que ainda dê tempo de almoçarmos. - Sorri e puxei sua almofada como forma de implicância (e também para me desconcentrar das outras partes de sua pele amostra), ouvindo outro resmungo seu enquanto se sentava de pernas cruzadas e coçava os olhos. Felizmente, ela começou a ajeitar a própria blusa. - Por que dormimos aqui?

- Você dormiu primeiro. - Mesmo desorientada pelo sono, ela conseguiu ficar envergonhada. - Aí eu deitei para esperar você acordar sozinha e cá estamos nós. - Bocejou e começou a balançar a própria mão freneticamente. - Por que minha mão está dormente?

- Quando acordei, estava a usando como travesseiro. - Abri um sorriso amarelo em forma de desculpa, o que a fez revirar os olhos. - Eu não tinha muitas opções!

- E agora eu não sinto minha mão! Culpa sua que tem muito cérebro. - Estreitei as sobrancelhas buscando entender. - Foi um elogio na minha língua.

- Ah, obrigada, eu acho. - Relaxei a testa e levantei do sofá logo depois dela, me espreguiçando. - Eu te mostro onde fica o quarto que está com as suas coisas.

- Ia pedir isso agora, obrigada - agradeceu e eu tomei a frente, aproveitando para apresentá-la outros cômodos também.

Após fazer tudo que precisava em meu banheiro e ter apresentado S/n a quase toda a cobertura, estava agora preparando nosso almoço na cozinha enquanto tocava Toxic da Britney.

Estava à toa e senti vontade de cozinhar tudo para S/n. Por algum motivo, quero fazer isso por ela, alimentá-la com algo que eu tenha feito, algo que eu conheça. Cozinhar para alguém é o meio pelo qual eu mais consigo demonstrar minha afeição.

Mais que uma noite em NWOnde histórias criam vida. Descubra agora