13 - Taylor's pov

276 34 202
                                    

Hoje acordei com tempo livre de sobra pela manhã, então marquei um tempo de qualidade com minhas amigas na cafeteria. Faz tempo que não as vejo com todo o meu trabalho e sou a maior defensora de que devemos arranjar um espaço na agenda para quem amamos.

Ouvi Selena falar de sua vida amorosa e Cara soltar fofocas recentes sobre modelos, dois assuntos mais interessantes que Joe. Não quero ser chata falando dele, então só deixo que elas falem. Eu poderia ter um assunto também. Comentar que S/n e eu saímos para almoçar em novos restaurantes todos os dias e pedir indicações, ou falar de como passamos de mensagens de madrugada para ligações de madrugada. Diria que estamos amigas, mesmo que ela não goste desse termo, então usaria colegas de trabalho. S/n é a melhor colega de trabalho que já tive, eu diria.

Assim que me despedi das meninas, meu celular começou a vibrar na bolsa e eu já assumi que seria ela. Na verdade, tinha que ser. Quem mais me ligaria agora se não fosse a minha colega de trabalho favorita? Joe. O nome que apareceu na tela foi Joe. Aquilo me fez revirar os olhos de um jeito que acho que consegui enxergar meu próprio cérebro.

É a Taylor? – Sua voz soou no auto-falante quando atendi. Que pergunta estúpida, ele não checa o contato antes de ligar?

– Olá. – Minha voz saiu tediosa, diferente da sua que veio frenética em seguida.

– Você viu? Estão especulando que terminamos. – Ele estava irritado, pena que isso tudo é fruto de suas próprias escolhas.

– E o que você achou que ia acontecer? Nem nos vemos mais. – Avistei Robert fora do carro, me esperando. Acenei para ele rapidamente e apressei os passos pela rua.

– Você fala como se eu fosse o culpado. – Cheque-mate, você é o culpado. – Eu liguei para revirarmos essa situação... Talvez almoçar hoje? Juntos. – Soltei uma risada exasperada, já dentro do carro. Ele notou minha irritabilidade e estalou a língua em desaprovação.

– Você só não quer que pensem que você não é mais o namorado da Taylor Swift. Entendi. – Afastei meu celular do ouvido e apertei no botão vermelho demoradamente, esperando que saísse fumaças de estresse pelas minhas orelhas como em um desenho animado.

Felizmente, não tive muito tempo para ficar presa na minha própria melancolia porque meu celular vibrou mais uma vez e, dessa vez, era quem eu esperava que fosse.

– Loirinha! – Fala ela, a animação fazendo os cantos da minha boca se erguerem. – Já achei o restaurante que vamos hoje.

– Era a sua vez? Eu passei a noite toda procurando! – Reclamei, indignada. Me empenhei muito para achar um restaurante surpresa para S/n hoje.

Isso soa como um problema seu... – Cantarolou para deixar a frase mais suave, imagino eu, mas não me ofenderia de qualquer jeito. Sua alegria inteira estava resumida no e-mail que encaminhei para ela assim que acordei.

Acho que seria um segredo só dela se não tivesse passado por mim primeiro. Sendo breve, Scorsese a quer num filme dele. A história é simplesmente genial e acompanha crítica com crime, como muitos de seus filmes. Para explanar de vez o papel de S/n: ela fará Cornelia. Ela é uma justiceira lésbica que cresceu num bairro pobre que, ao lado de onde estudava, havia um cabaré onde mulheres trans e lésbicas eram obrigadas a se prostituírem. A história se passa em meados dos anos 1890, onde Cornelia formará uma frente das oprimidas que cometem crimes em nome de seus opressores, fazendo-os serem presos de um jeito ou de outro. Her Justice é o nome.

A trama é genial e eu estou roendo as unhas para ver S/n num papel como esse, vai ser sua ressurreição queer.

– Só vou ceder porque estou falando com a mais nova atriz do próprio Scorsese. – Robert sorriu pelo retrovisor, era a primeira vez que ele estava ouvindo uma atualização desde os e-mails.

Mais que uma noite em NWOnde histórias criam vida. Descubra agora