A maldição de John Silver

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Mais um corpo havia sido encontrado no parque de diversões, o que por si só já seria um problema bem grave, graças a quantidade de vezes em que isso estava ocorrendo, mas o pior de tudo é que a polícia havia encontrado o corpo junto de uma pasta com todas as informações de John Silver e um arquivo sobre sua última investigação de um grupo ocultista que havia sido detido há um ano, as tatuagens dos sacrifícios mostradas nas fotos anexadas à papelada também estavam na pasta do cadáver deixando a suspeita dos policiais sobre ele maiores ainda.

E após longas horas detido na delegacia até que os exames determinassem se havia algum vestígio de DNA do morto em John ou vice-versa e de um longo e complicado interrogatório, o jovem Silver agora estava andando pelas ruas novamente.

A noite já havia tomado os céus e uma chuva fina e traiçoeira caía enquanto ele andava até o centro da cidade pensando em encontrar o verdadeiro culpado para se ver livre da mira dos policiais de Nashville.

Maus, um estado onde ele não seria nem recebido

Como se ele já não tivesse problemas o bastante com as criaturas dos sete planos inferiores que volta e meia escapavam com a ajuda do maldito corvo que se divertia com o caos criado por elas.

Um vento frio gelou a espinha do homem de cabelos azulados que sentiu um tapa em sua nuca

- Tá planejando ficar doente pra escapar da prisão gênio? - A voz debochada de sua atual mentora veio antes mesmo que ele pudesse vê-la enquanto ele passava a mão no local atingido amenizando a ardência pelo tapa. - Mesmo que você seja bonitinho, não acho que seria uma desculpa convincente.

- Droga Nightmare. - John rosnou observando a mulher encapuzada tomar a frente da caminhada. - Onde você se meteu esse tempo todo?

- Enquanto você tava bancando o cachorrinho lá com os fardados, eu fui dar uma olhada no morto. Foi interessante.

A entidade que segurava um pequeno Narguilé na mão direita o levando até a escuridão infinita que escondia seu rosto sob o capuz, e de lá uma fumaça esbranquiçada saiu, sendo transpassada pelos pingos de chuva.

- Pra você é fácil brincar, não é como se eu pudesse atravessar paredes.

- Não tenho culpa se você tem uma lábia péssima, pirralho, Amélia teria se livrado deles facilmente mesmo se tivesse sido encontrada junto ao corpo. - Outra fumaça longa como uma cobra saiu do capuz sendo destruída pela água.

Mais uma coisa desnecessária naquele dia, a menção de como sua avó teria feito um trabalho melhor, talvez isso fosse verdade...

- Se ela estivesse viva - John resmungou acompanhando a encapuzada para onde quer que ela quisesse ir.

- Primeiramente pirralho - outro tapa foi desferido, dessa vez alguns centímetros acima - Um pouco de respeito já que ela começou muito antes daquele merdinha do seu pai sair do saco do seu avô okay? Em segundo lugar, você deve ter uma bruta sorte, já que o que matou o palhaço foi um cão do inferno.

John franziu as sobrancelhas.

- Isso não responsabilidade da Endora?

- O trabalho dela não é ser babá de pet... Embora aqueles os pestinhas que ela chama de filhos não passem de cachorros... - Mesmo sem ver os olhos de Nightmare, John sabia que ela havia revirado os olhos com essa especulação. - Já o seu trabalho é pegar qualquer entidade que escape do sétimo além e faça bagunça por aqui.

- Isso seria bem mais fácil se Corvus não continuasse a trazer esses caras com ofertas baratas.

- Belas palavras pirralho - A terceira nuvem saiu do capuz seguida de uma provocação - Agora quero ver dizer isso na cara dele.

Segredos Imutáveis - As Crônicas Do CorvoOnde histórias criam vida. Descubra agora