Capítulo 6: A Biblioteca

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Flores frescas e mel.

O aroma misto outrora significava simplesmente a mudança de estação ou o chá da manhã.

Mas isso assumiu uma luz totalmente nova desde que Draco começou a trabalhar com Granger. Como ele poderia trabalhar quando o cheiro de flores frescas e mel enchia seu minúsculo escritório?

Todas as manhãs, mais ou menos na mesma hora, ela chegava valsando do elevador, café na mão, cabelos indomáveis esvoaçando atrás dela, vestida com robes de negócios ou terninhos trouxas e cheirando a malditas flores frescas e mel, pelo amor de Merlin.

Para piorar a situação, ele ficou completamente encantado com a maneira como ela estudava. Que, por acaso, era a principal linha de trabalho deles no momento.

Ele nunca tinha visto isso de perto, apenas à distância, na Biblioteca de Hogwarts, anos antes. Havia algo na maneira como ela iluminava a sala quando lia. A maneira como ela ficava completamente envolvida no material, deixando-o inundar seus sentidos de uma forma quase maníaca que ele elogiava. Ela absorvia cada informação como uma esponja, absorvendo-a e deixando isso preenchê-la.

Ela era um dragão. O conhecimento era seu tesouro. Ela o apreciava, o protegia. E foi a coisa mais próxima da beleza que ele viu desde a guerra, porque era muito real.

"Malfoy, ei", Granger o chamou de onde ela estava sentada em sua mesa, tirando-o de seus pensamentos sobre ela.

"Hm? Oh, desculpe. Você poderia repetir isso?"

Ela resmungou, revirando os olhos enquanto se apoiava nos cotovelos na mesa, olhando para ele com os olhos vesgos. O olhar seria quase intimidante se não fosse tão adorável.

Adorável? Não. Ele sacudiu o pensamento selvagem e inapropriado de sua cabeça. Ele não podia pensar nela dessa forma. A maldita bruxa era casada.

"Eu disse que ontem não tive sorte na Floreios e Borrões, então precisamos pensar em uma nova abordagem para coletar pesquisas."

Ela caiu para trás na cadeira, soprando um cacho perdido dos olhos com a boca. Ele desviou o olhar. Concentre-se, seu idiota patético.

Pesquisa sobre dragões. Eles precisavam de mais recursos. "E a Biblioteca na Mansão?", ele perguntou, girando em sua cadeira. "Pode haver algum tipo de prova de atividade recente de caça furtiva de dragões entre os sangues puros de lá. Suponho que vale a pena tentar?"

Quando ela não lhe deu uma resposta, ele se virou para encará-la, encontrando-a olhando, a boca boquiaberto para ele. O que ele disse? Ela não se sentia confortável em ficar sozinha na mansão com ele? Ele se sentia?

Então ele percebeu de repente. Belatriz. A mansão. Salazar, ele era um idiota.

"Oh, Merlin, me desculpe. Eu não estava pensando, é claro que você não gostaria de ir para a Mansão, por favor, me perdoe, eu só quis dizer-"

"Não, não, você entendeu mal! É só...", ela fez uma pausa, piscando. "Eu li sobre a Biblioteca da Mansão Malfoy. É uma das maiores bibliotecas do mundo mágico, guarda algumas das peças literárias mais antigas da história eu-bem, nunca pensei que teria a chance de testemunhar isso se verdade."

Seu peito ficou subitamente cheio. Cheio de alívio, cheio de expectativa, cheio de admiração, ao imaginar a reação de Granger à antiga biblioteca de sua família.

Não, ele pensou. Isto é sobre dragões. Foco.

Mas se ele fosse capaz de dar a ela esse pequeno pedaço de felicidade, ele imaginou que consideraria isso um bônus. Ele analisaria demais essa constatação mais tarde.

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