Capítulo 35: Sua Passagem Para Casa

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Um ano depois

"Como você está se sentindo hoje?"

A brisa do meio do outono soprava pela janela aberta. O trânsito de fim de dia no centro de Boston estava brutal, mas, felizmente, Hermione não se atrasou.

Ela agora estava sentada em um sofá vermelho familiar, com as pernas cruzadas confortavelmente à sua frente. "Estou bem", ela respondeu. "Houve dias melhores, mas houve piores."

Ela não mentiu. Não escondia o que ela estava realmente sentindo. Não precisava. Ela realmente se sentia bem.

Durante o ano passado, ela teve dias em que sorriu sem remorso, em que riu e não pensou duas vezes sobre isso.

Também houve dias em que ela precisou de tudo para sair da cama. Onde doía mover-se ou respirar. Aqueles dias felizmente se tornaram poucos e distantes.

Depois, houve dias como hoje que foram bons.

"E você ainda está sóbria desde a última vez que nos encontramos?"

"Sim", disse ela, recostando-se no sofá.

Sua terapeuta, Dra. Murphy, fez as mesmas perguntas para iniciar a sessão semanal. No começo, ela sempre contava a mesma mentira. Estou bem. Sim. Estou bem. Mas ela aprendeu rapidamente que, se quisesse melhorar, eventualmente teria que começar a ser sincera.

E foi o que ela fez. Ela contou a Dr. Murphy tudo o que o Estatuto de Sigilo permitia.

Foi difícil, pesado e mais doloroso do que qualquer coisa que ela já havia feito, mas ela conseguiu.

Hermione havia pesquisado muito desde que saiu de casa e foi para a pequena cidade dos Estados Unidos, com a ajuda da pequena mulher loira à sua frente.

"Como você se sente com isso? Que ainda está sóbria?"

Hermione contemplou. "Orgulhosa."

Outra verdade. Merlin sabia que tinha sido difícil. Certa vez, ela chegou ao ponto de procurar um homem que, segundo rumores, vendia os comprimidos dos quais ela havia desistido. Nem que fosse para esquecer a dormência em seu peito.

Mas ela não tinha. De alguma forma, ela conseguiu ficar sóbria desde o dia em que Theo a encontrou naquele banheiro. E se ela estava dizendo a verdade, ela estava orgulhosa de si mesma.

"Bom." A Dra. Murphy sorriu. "Isso é realmente bom."

Ela não disse nada, observando a outra mulher terminar suas anotações. Finalmente, ela largou a caneta e suspirou. "E Draco?"

Hermione piscou. Flashes das cartas não respondidas escritas com a letra de Draco passaram por sua mente.

- Sinto sua falta -

- Não é assim que deveria ser -

- Por favor -

"E ele?", Hermione murmurou, suas mãos ficando inquietas.

"Faz um tempo que não falamos sobre ele. Você ainda pensa nele?"

Sempre. Diariamente.

"Sim", ela respirou.

"E Ron?"

"Eu não entendo."

"Você pensa em Ron?"

A testa de Hermione franziu. "É claro que penso nele. Estou aqui por causa dele."

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