Capítulo 34: Nós Fomos Libertos

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Há mais de seis anos, Hermione estava sentada na mesma cabine de testemunhas, olhando para o mesmo homem na mesma jaula.

Ela olhou para aqueles mesmos olhos de aço e sabia que ele merecia coisa melhor. Ele era apenas uma criança há tantos anos. Enganado e quebrado. Todos eles tinham sido.

Quão distantes aqueles dias pareciam agora.

Foi silencioso. Tão irritantemente silenciosos quando trouxeram uma Penseira que havia sido modificada para exibição em massa. Ela podia ouvir o batimento cardíaco em seus ouvidos. Seu corpo inteiro tremeu.

Todos assistiriam. Todo mundo veria.

O tempo desacelerou. Apenas o suficiente para se tornar insuportável.

Robards foi despejar o líquido nebuloso na bacia quando Kingsley ergueu a mão para detê-lo.

Ele olhou para Hermione interrogativamente. Você tem certeza?

Ela assentiu.

Mas ela não assistiu quando a primeira das lembranças apareceu, ampliada como se toda a multidão tivesse comprado um ingresso para ver seu filme de terror pessoal.

Seus próprios gritos enchem seus ouvidos. Ossos quebraram. Pele rasgada. Golpe após golpe após golpe. Ela ouviu a voz dele, gritando com ela repetidamente. A voz que ela pensou que nunca mais ouviria enquanto o observava dar seu último suspiro.

Não, ela não precisava assistir essas memórias. Hermione as viveu. Sabia como cada momento se desenrolava. Como cada um deles terminou. Então, em vez disso, ela observou a multidão. Queria ver seus rostos enquanto contemplavam o que havia acontecido com sua amada Garota de Ouro.

Seus olhos pousaram primeiro em Molly, que chorou violentamente quando o punho de seu filho encontrou o rosto de Hermione.

Depois para Ginny, cujo rosto pálido se encolheu ao ver Ron bater a cabeça de Hermione em uma pedra na noite de seu aniversário. Nem mesmo uma hora depois de ela ter saído daquele bar.

Ela viu os olhos castanhos de George ficarem prateados de lágrimas. Quantas vezes ele suspeitou? Ele via Ron todos os dias. Quantas vezes ele pensou que algo estava errado, mas não fez nada? Algo que ela acreditava ser arrependimento preencheu suas feições.

E por último, ela encontrou Harry. O melhor amigo que não podia ver. Quem não veio buscá-la. Não a tinha protegido. Ela observou sua garganta balançar, sua cabeça balançando. Observou as lágrimas escorrerem por baixo de seus óculos quando a memória da morte de Ron veio. Observei enquanto ele percebia o quão errado ele estava. Quão cego.

Todos assistiram. Todo mundo viu.

Todos menos um.

Porque quando os olhos dela finalmente pousaram em Draco, ele a estava observando. Seu olhar nunca deixaram o dela, nunca se desviando para a exibição grotesca de seus momentos mais vulneráveis.

Ele sabia que invasão era aquela. Sabia o quanto ela temia que as pessoas soubessem, vendo o quão fraca ela era.

Mais sussurros enquanto as memórias chegavam ao fim. Outro membro da Suprema Corte, uma mulher mais velha e grisalha, perguntou a Draco, "Por que você assumiria a culpa?"

Ninguém disse uma palavra. Hermione tinha certeza de que até os céus e o inferno pararam para ouvir, seu próprio coração seguiu o exemplo.

Draco não hesitou, seu olhar nunca deixando o dela enquanto respondia, "Porque eu a amo".

E ela o amava. Os deuses sabiam que ela o amava.

Robards pigarreou antes de se dirigir ao Wizengamot. "Aqueles a favor da condenação de Draco Malfoy pelo assassinato de Ron Weasley?"

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