Capítulo 12: Ela

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Porra de flores frescas e mel.

Ele jurou que estava ficando mais forte a cada dia que passava com ela. O tempo que passaram separados não fez nada para diminuir isso, não que ele quisesse que isso acontecesse. O cheiro característico dela ainda permanecia em torno de Draco enquanto ele permanecia imóvel em sua biblioteca, olhando para o local onde ela acabara de estar e repreendendo-se por ser um tolo monstruoso.

Ele mexeu O Conto de Inverno nas mãos, lembrando-se da primeira vez que o leu.

Era seu segundo ano em Cambridge. Ele encontrou esta mesma cópia em um banco enquanto caminhava pelo campus. Ele o pegou, folheou as páginas e viu o nome dela.

Ele sempre achou que era um nome tão incomum. Ele nunca tinha visto isso antes. Só tinha pertencido a ela. Então, naturalmente, seu interesse atingiu o pico.

Ele deixou uma pilha de dinheiro trouxa — que mais tarde descobriu ser uma quantia obscena, mais que suficiente para pagar o roubo do livro de algum pobre sujeito — e mudou de rumo para a biblioteca.

O livro despertou um amor por Shakespeare que Draco ainda nutria até hoje, se a extensa coleção de suas obras servir de indicação.

De todos os livros que ele poderia ter escolhido para mostrar a ela, é claro, ele teve que escolher este. Não admira que ela tenha saído correndo do lugar com o medo de Godric estampado no rosto. Ela provavelmente o achou um canalha depois de folhear e passar por suas anotações.

Sua pele ainda fervia com seu toque suave, seu coração só então voltou ao ritmo normal.

Que porra ele estava fazendo? O que havia em Granger que o fez perder a noção do tempo, da realidade? Por que olhar para ela o fazia sentir tudo menos normal?

E pelo amor de tudo que é bom e sagrado, por que ela teve que se casar?

•••

Draco aparatou na sala de viagens da Mansão, encontrando os frios olhos azuis e o sorriso caloroso de sua mãe, que estava esperando por ele. Narcissa estava sempre vestida com as mais novas marcas de moda bruxa, todas escolhidas a dedo por sua estilista Pansy Parkinson e enviadas para ela de Milão.

Parecia aquele encontro — qual era mesmo o nome dela? — que era certamente a ocasião para ir além.

Ela estava com uma túnica toda preta, eloquentemente drapeada em uma saia longa, com seus longos cabelos loiros presos no rosto.

"Mãe", ele a cumprimentou com um beijo na bochecha. "Vejo que estamos no negócio de 'cortejar' hoje."

"O que lhe deu essa impressão?", ela sorriu para ele inocentemente.

"Por favor, tente lembrar que não estou procurando ativamente uma parceira neste momento da minha vida. Tenho certeza que essa garota é adorável."

"Ela é", Narcissa interrompeu. "Muito adorável. Tão adorável, na verdade, que acredito que ela poderia surpreender você. Venha agora, Draco. Você fez uma promessa."

"Eu prometi ir jantar com essas pessoas, e sou eu que cumpro essa promessa, mãe. Qualquer outra coisa não tem importância."

"Basta ter a mente aberta. Isso é tudo que peço."

Ele bufou quando ela o puxou para o Flu. Ele não conseguia pensar em mais nada que preferisse não fazer do que comparecer a esta refeição. Como se esperava que ele tivesse uma 'mente aberta' quando parecia não haver mais espaço que já não estivesse ocupado por ela?

Foi ridículo. Ele não deveria pensar assim, não poderia pensar assim. Ao chegarem ao Beco Diagonal, ele endireitou os ombros, determinado a realizar os desejos de sua mãe e dar uma chance a essa mulher.

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