Capítulo 32: Promessas

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Hermione podia ouvir vozes.

Ela levou um momento para determinar se eram reais ou estavam em sua cabeça. Mas ela conhecia os dois homens discutindo.

Ela manteve os olhos fechados enquanto ouvia.

"Eu tentei", disse Theo suavemente, como se estivesse tentando não acordá-la. "Eu me encontrei com todos os Aurores que estavam naquela cena, e todos eles disseram a mesma coisa. Potter está em busca de sangue. Ele nem mesmo dá ouvidos à razão. Ele está alheio à sua dor e vai prosseguir com o caso, mesmo que seja ridículo."

Tudo voltou à tona. Vidros quebrando, sangue cobrindo o chão.

Ron estava morto. Por causa dela.

"A única razão pela qual ele não acampou ao lado da cama de Granger é que não permitirei visitas. A última coisa que ela precisa é da bunda pomposa dele na cara dela quando ela finalmente acordar-", Blaise parou de falar quando notou Hermione abrindo-a olhos, as lágrimas já ameaçando se libertar.

Ele caminhou até a cabeceira dela e estudou um monitor que ficava ao lado da cama dela. "Como você está se sentindo? Você está com dor?"

Hermione apenas olhou para o teto. "Onde ele está?"

Houve silêncio e então, "Potter o prendeu pelo assassinato de Weasley".

Ela fechou os olhos com força enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela tentou se sentar, mesmo com a dor latejante por todo o corpo. As mãos gentis de Blaise a seguravam. "Você precisa descansar, Hermione. Seu corpo já passou por muita coisa e você não pode exagerar.

"Eu tenho que consertar isso", Hermione soluçou, inclinando-se nos braços de Blaise. "Eu tenho."

Draco estava sentado em uma cela em algum lugar por um crime que não cometeu. Tudo porque ele queria protegê-la.

Ela não merecia isso. Não o merecia.

"Nós vamos tirá-lo de lá", Theo sussurrou, sentando-se ao lado dela e pegando a mão dela. "Há uma audiência em duas semanas. Apresentaremos os fatos ao Wizengamot e eles verão. Eles terão que deixá-lo ir."

Os fatos. O fato de ela ter matado o marido. Um fato do qual ela só se afastaria se confessasse o abuso.

Como se pudesse ouvir os pensamentos dela, Theo disse, "Você não precisa".

"Eu farei isso", disse ela em meio às lágrimas. "Eu farei isso por ele."

Hermione não sabia quando a realidade do que ela tinha feito a atingiria. Então ela deixou uma dor latejante em seus músculos a puxar de volta para dormir.

•••

Ela adormeceu e acordou pelos próximos dois dias antes de finalmente ganhar força suficiente para convencer Blaise a deixá-la fazer a jornada traiçoeira da cama do hospital até a cadeira situada no canto do quarto.

Houve pouco tempo para pensar entre a sonolência e os exercícios que Blaise a fez fazer para acelerar sua cura. Ela raramente tinha um momento livre para si mesma, pelo que supunha estar grata. Ela não tinha certeza se conseguiria ficar sozinha com seus pensamentos por mais de alguns minutos.

Houve uma batida suave na porta. Ela havia memorizado a maneira como cada uma de suas matronas havia batido e reconheceu esta como a Sra. York, uma mulher mais velha, baixa e esquelética, com olhos cor de mel.

"Sra. Granger-Weasley?", ela chamou através de uma fresta na porta.

Hermione estremeceu ao ouvir seu nome de casada, "Sim?"

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