Ele olhou para o escritório silencioso, respirando tudo e passando os dedos pela madeira escura de sua mesa.
A mesa dele. Seu próprio escritório.
Draco uma vez esteve em busca de um propósito — uma busca e um pressentimento que o levou ao Ministério da Magia. Levou-o direto para Granger.
Ele ajustou uma moldura na parede que continha o primeiro rascunho que ele e Granger haviam trabalhado juntos. O caso de proteção do dragão. Ele olhou para a assinatura dela ao lado da dele.
Salazar, ele sentia falta dela.
Ele a via em todos os lugares. Ele jurou que a ouviu rir ecoando pelas estantes da biblioteca ou a viu sorrir em um céu nublado. Mas foi apenas passageiro. Apenas sussurros sobre a bruxa que ele amava, a memória dela ecoando em sua mente.
Ele estava perdido. Um desastre total quando ela o deixou.
Ele não conseguia entender. Por que ele não poderia segurá-la em seus braços e ajudá-la no difícil caminho que viria. Ele até implorou a Theo pela pedra da aparatação para que pudesse encontrá-la e convencê-la a reconsiderar. Para voltar para casa.
Seu amigo recusou e ele imaginou que agora estava grato.
Mas nada poderia estancar o buraco em seu coração onde ela estivera.
Narcissa chegou alguns dias depois do julgamento, tendo puxado até o último fio que o nome Malfoy ainda guardava para tentar voltar de sua viagem de negócios ao Japão a tempo para o julgamento.
Foi uma pena, pensou ele, que ela não estivesse lá para testemunhar isso.
O que ela pensava sobre o amor dele por Hermione Granger, sobre até onde ele tinha ido para protegê-la, ele não sabia. Raramente falavam dela, assim como ele raramente falava.
Mas sua mãe não saiu do seu lado e, embora ele geralmente se ressentisse dessa constante ronda, no final ele ficou feliz por isso.
Porque foi ela quem rompeu as paredes frias que ele ergueu para esconder seu coração partido.
Ele havia se sentado com ela à grande mesa de jantar na Mansão Malfoy uma noite, meses de cartas sem resposta e saudade guerreando contra ele. Ele apenas olhou para o prato, empurrando em torno de comida não consumida com o garfo.
"Draco", ela sussurrou.
Ele a ignorou.
"Eu não aguento mais isso. Você tem que comer. Você tem que continuar andando-"
"Ela se foi."
"E ela ficará melhor com isso."
Ele ergueu os olhos para ela.
Ela se levantou da cadeira, encostando-se na mesa ao lado dele. Seu olhar voltou para a comida, mas ela ergueu seu queixo, colocando a mão em sua bochecha. "Depois da guerra, depois que seu pai foi enviado para Azkaban, sentei-me nesta casa e senti como se não tivesse saída. Eu estava em um lugar incrivelmente escuro, mas fiquei aqui por você. Para ter certeza de que você não estava assombrado como eu estava. E no momento em que vi que você não precisava de mim, fugi."
Sua mãe, que sempre foi tão viva, tão forte. Ele não sabia o quão profundamente seus próprios demônios se enfureceram. Tinha apenas presumido que ela estava entediada de Londres e queria uma mudança de cenário.
"O tempo que passei fora, o tempo que levei para me curar, é a única razão pela qual tenho estômago para estar aqui agora", ela continuou. "Hermione precisa disso, amor. Ela precisa disso. O trauma que ela suportou é algo que não desaparecerá facilmente. Eu sei que você quer ajudá-la. Mas ela tem que fazer isso sozinha. Ela não pode superar isso de nenhuma outra maneira. Dê tempo a ela, Draco. Deixe-a se curar, e se o amor dela for verdadeiro, ela voltará para você."
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Come Find Me | Dramione - Português
FanfictionSeis anos depois da guerra, Hermione tem a imagem de uma vida perfeita. Ela é casada com um marido amoroso, tem o emprego no Ministério que sempre quis e amigos que são leais até o fim. Então, por que ela tem que usar glamour para afastar os hematom...