𝐒𝐓𝐀𝐘 𝐀𝐋𝐈𝐕𝐄 || No Distrito Doze, onde a realidade se desfaz em sombras e o tempo se perde nas dobras do desconhecido. Tudo é um quebra-cabeça desorientador, uma dança confusa entre o ser e o não ser. As linhas entre o certo e o errado são tu...
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𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟓 - 𝐂𝐮𝐥𝐩𝐚𝐝𝐚
Lyra estava imersa em confusão, um estado constante para ela. No entanto, uma clareza emergiu: tudo aquilo era, de alguma forma, culpa de Katniss.
As imagens de vidas sendo ceifadas pelo bombardeio no Distrito 8, mostradas por Snow em um vídeo, ecoavam na mente de Lyra. Katniss era a culpada, ou pelo menos foi isso que Snow insistiu em afirmar.
Num quarto branco, Lyra jazia no chão, seus braços caídos ao lado do corpo, o olhar perdido na impessoalidade das paredes.
— A quantos minutos você está assim? — questionou Miva ao entrar no quarto.
Lyra permanecia prostrada.
— Uma hora vai ter que responder, garota — prosseguiu Miva, exigindo uma reação — Tenho que trocar seu curativo, levanta.
Relutantemente, Lyra ergueu-se e sentou-se na cama. Miva, sem demonstrar qualquer delicadeza, segurou o braço de Lyra, provocando um gemido abafado de dor.
— Em algum momento, você vai ter que entender que eu não tenho nada a ver com a morte de Mallen — declarou Miva, enquanto executava sua tarefa impessoal — Ela falava demais, e eu estou apenas cumprindo meu trabalho.
— Você... não é inocente.
Miva ignorou o comentário, focando na troca do curativo com eficiência quase mecânica.
— Deixe de lado suas ilusões, Srta. Blackthorn. Eu tenho um trabalho a fazer, assim como todos aqui. Se quer culpar alguém, aponte para Katniss e a rebelião. Eles são os verdadeiros responsáveis por toda essa situação.
Lyra estremeceu sob o toque impiedoso de Miva, mas seus olhos mantiveram uma intensidade desafiadora.
— Mallen pagou o preço, mas ela não merecia...
— O preço foi necessário para manter a ordem, para mostrar as consequências da rebelião. — Miva interrompeu com frieza.
Enquanto Miva prosseguia com a troca do curativo, Lyra, apesar da dor, continuava a resistir, sua mente trabalhando para compreender as motivações por trás de cada ato cruel.
— Você acha que é fácil para mim? — Miva soltou um suspiro, momentaneamente desviando o olhar de sua tarefa — Apenas cumpro ordens. Todos têm um papel a desempenhar neste jogo, quer gostem ou não.
Lyra permaneceu em silêncio por um instante, antes de sussurrar com amargura:
— Este jogo... eu não pedi para participar.
— Ninguém pede, mas todos jogamos.
— Você não sente nada? — questionou Lyra.
— Sinto que você está dando trabalho. Isso é suficiente para mim. — Miva concluiu a troca do curativo, soltando o braço de Lyra com brusquidão.
