Ranpo puxou a mão do outro...-Nesse caso me deixe ficar com o seu...
-Você é sempre tão atrevido... -O outro riu baixinho. - Será que devo lhe ensinar qual é o seu lugar? -Provocou-o.
Ranpo lhe ofereceu aquele olhar enigmático que quase fazia seus joelhos fraquejarem.
Poe não suportava a distância entre eles, e tomou em seus braços, colando os lábios aos do outro...
Se perdendo naquele gosto doce que o atormentara noite após noite... Principalmente quando ele pensara que ele poderia escapar...
Mas alí estava ele e escolhera ficar...Ele se afastou apenas alguns centimetros, e Ranpo conseguia sentir a respiração dele em seu ouvido...
-Poderíamos apenas ignorar o chamado de Sebastian... -Disse levemente ofegante...
-E porquê? - Perguntou sentindo um leve arrepio subir pelas suas costas...
-Eu posso dizer... -Ele hesitou. - Mas se preferir... -Seus olhos carregavam um brilho distante, como se estivesse embriagado, então ele encarou o outro, e seus olhos pousaram suavemente nos lábios do detetive...
A forma que eles se moviam quando ele insistia em falar, falar e falar... Era absolutamente tentador...
-Se eu preferir? -Ranpo trouxe o outro para a realidade...
-Então, eu posso te mostrar... -Ranpo sentiu as faces queimarem suavemente... Quando a voz do mordomo os alcançou...
-Eu temo que tenho que interrompe-los. O senhor Poe não come nada desde a manhã... -Disse irredutível.
Os outros se encararam, mas Ranpo apenas deu de ombros... E Poe parecia completamente desgostoso...
-Ora, vamos. O senhor já não é mais uma criança, precisa comer ou vai ficar doente e morrer naquele quarto esquecendo-se que existe mundo além dele. -Sebastian falou com altivez. - Vocês terão muito tempo para fazer seja lá o que vocês fazem tanto sozinhos.
Ranpo engoliu em seco e encarou Poe que encarava qualquer lugar do recinto que não fosse o detetive.
A mesa estava posta para os dois.
Um clima bastante confortável criado pela luz das velas e pelo odor agradável das rosas perfeitamente arranjadas em um vaso delicado sobre a mesa rica, servida de vários pratos saborosos e um vinho muito requintado.
Embora fosse manhã, o tempo estava nublado e alguns flocos de neve caíam do céu... A lareira crepitava e uma música suave vinha do piano na outra sala.
Tudo metodicamente organizado.
-Espero que os dois aproveitem a refeição. -O mordomo se curvou educadamente. - Fico muito feliz que o senhor tenha escolhido ficar, Sr. Ranpo.
Com essas palavras ele se afastou.
-Obrigada Sebastian. -Os dois disseram em uníssono.
-Veja só... Até que você o conquistou... -Poe acrescentou, servindo-se de um pouco de vinho. - E eu não posso julgá-lo. -sorriu.
Ranpo riu baixinho.
-Espero que ele esteja pronto para conviver comigo. -Disse. -Tenho muitas ideias para ajudá-lo a gerenciar este lugar.
-Eu imagino que ele recuse gentilmente. Ou não tão gentilmente assim.
Depois de desfrutarem de um jantar tranquilo, eles ficaram ali conversando por algum tempo, Poe ouvia cada palavra que Ranpo dizia e o observava aprendendo cada vez mais sobre as manias e os trejeitos daquele a quem amava.
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A Máscara da Morte Vermelha
FanfictionRanpo Edogawa parte de sua terra natal para uma cidade longínqua, buscando chegar ao fim de um mistério que assombra o príncipe Ébano e seu castelo de pedra Consciente de que tudo ali é mais do que aparenta ser, ele precisa investigar minuciosamente...