O herdeiro

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-Onde está o príncipe Oliver? -Ranpo perguntou, enquanto Murray dava as cartas

-Imagino que esteja com a mãe. - O príncipe respondeu sucintamente

Você nem imagina. Ranpo pensou.
-Ou Talvez com o Sr. Poe. - completou, pegando as cartas da mesa.

-Com o senhor Poe? -Edogawa não conseguiu esconder a surpresa.

-sim. Na verdade Ollie gosta muito dele, ele diz que ele conta as melhores histórias assustadoras. - Ébano riu.

-O Senhor Poe é um homem muito sério, e nós acabamos julgando ele cedo demais, mas quando você o conhece mais profundamente, ele pode ser divertido.

-Murray assentiu, começando a jogada.
Ranpo franziu o cenho e não queria admitir mas se sentiu ligeiramente traído.

-Acho que a maioria de nós acaba julgando pela aparência. - o detetive disse distraídamente.

-Acho que algumas pessoas estão certas quando dizem que a primeira impressão é a que fica.

-Bem, só posso acreditar que seja verdade para as pessoas que são muito superficiais. -Ranpo concluiu.

-A bem verdade, na nossa sociedade, a maioria delas são. -Poe se aproximou serenamente. Oliver o acompanhava dando saltinhos.

-Onde está a mamãe? -perguntou ansioso o menino.

-Acho que ela saiu para caminhar com a senhorita Harker. -Murray respondeu distraidamente.

-Fico feliz que ela tenha feito uma amiga... Ele sempre parecia tão sozinha, neste castelo... Mesmo com os meus esforços, para tornar o seu dia mais alegre, eu preciso me ater aos problemas da nobreza. - o príncipe deu uma risada e sua voz soou egocêntrica.

Poe sentou-se ao lado de Ranpo e observou-o discretamente...
Os olhos afiados, o desenhos da boca... A forma como o lábio se curvava presunçosamente quando ele chegava a alguma dedução...

Queria beijá-lo desesperadamente.

-Perdeu alguma coisa escritor? -Ranpo o despertou de seu devaneio.

Ele sorriu e aquele sorriso seria capaz de derrubar montanhas e arrasar coracões, embora fosse uma raridade que poucos chegariam a ver.

Ranpo pensou em algo que pudesse dizer, mas o interrompeu.

-Se soubesse o que estou pensando, não me provocaria assim... -Poe disse ainda encarando o outro.

-Senhor Ranpo. -O príncipe o chamou, avaliando aquela interação estranha entre os dois.

-Minha vez. -Ele disse sem demonstrar a ansiedade que esmagava seu peito naquele momento.

-De Novo! -Murray respondeu.

-Veja bem... Como esperado de alguém tão inteligente com o senhor.

Oliver continuava por ali... Então aproximou-se suavemente do pai que o pegou no colo carinhosamente.

-Posso ir procurar pela mamãe?- Ébano refletiu.

Ranpo teve uma ideia.

-Posso acompanha-lo rapazinho. - Ranpo se ofereceu. O sr. Poe pode conduzir as jogadas em meu lugar.

O escritor arqueou as sobrancelhas confuso, mas por fim assentiu, curioso sobre o que o outro planejava.

Ranpo se curvou com uma mesuara e levou o pequeno Ollie para caminhar ao redor da mansão.

-O dia hoje está muito bonito, não acha? - o menino refletiu.

-Sim... -o menino franziu o cenho. - Mas por que vocês adultos comentam coisas tão obvias? Eu fico me perguntando... Tipo quando faz frio ou calor. Mamãe diz que é por educacão... -o garotinho deu de ombros.

A Máscara da Morte VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora