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Abro os olhos, o escuro do quarto forrado não me deixa nem fazer ideia de que horas são, tento pegar meu celular na mesinha ao lado da cama, mas não encontro, e como uma avalanche, tudo o que aconteceu horas antes vêm a minha mente de uma só vez, por um instante fico até sem ar, só de pensar no que poderia ter acontecido, se eu não tivesse feito o que fiz, essa hora poderia estar sem o TH e minha amiga sem o Sombra, e vivendo um inferno com sua família.

Onde será que deixei meu celular? Na confusão de ontem eu não faço ideia de onde foi que eu deixei, lembro de ter levado para a praça mas não lembro de onde é que eu possa ter deixado ou se perdi.

Me levanto da cama e olho no relógio da mesa de cabeceira, e são quase 2 horas da tarde, e fico impressionada, pois nunca dormi tanto assim, mas eu realmente estava cansada depois dessa noite tão turbulenta que passei. Saio da cama, desligo o ar condicionado e vou até a cozinha para cozinhar alguma coisa para comer, pego algumas coisas e preparo um macarrão de panela de pressão, depois de 20 minutos fica pronto e está uma delícia.

Como a macarronada como se fosse a comida mais gostosa do universo, coisa boa é comer quando se está com fome, tudo fica ainda mais gostoso. Kkkkkkkkk

Quando estou quase terminando de comer quando a porta da sala abre com toda força e bate na parede, tomo um puta susto que até pulo da cadeira, e me escondo atrás da mesa, na minha te estão invadindo a minha casa para me matar.

ANDRÉIA: AAAAHHHH !!!! – Grito de susto.

TH: Calma amor, sou eu Thiago. – TH fala e corre em minha direção. Se agachando até onde eu estou.

Começo a chorar e nem mesmo sei o motivo, deve ser por medo de que era alguém para me matar por ter atirado contra o Pardal.

ANDRÉIA: VOCÊ QUER ME MATAR DE SUSTO TH? – Grito desesperada.

TH: Porque você ficou tão espantada Andréia? Parece até que tá devendo. – Olha a pergunta do cão.

ANDRÉIA: Parece não TH, eu tô devendo..

TH: A quem menina? E é tanto dinheiro assim? Eu pago mano, quem é? – Serio, tem horas que eu acho que o TH é mungol, não é possível que um homem de 33 anos seja tapado desse jeito.

ANDRÉIA: TH infeliz, eu atirei em um bandido essa noite, pensei que fosse alguém vindo me matar.

TH: KKKKKKKKKKKKKKKKKK tu sôis viajosa visse Andréia. Ninguém vêm atrás de tu não, ninguém sabe que tu tava lá. E mesmo se viesse, eu num tô podre não. Eu te defendo.

ANDRÉIA: AH, ufa... ainda bem que ninguém sabe de nada. – Ah que alívio gente, pensei que tava marcada pra morrer.

TH: Tu é besta visse. Bora, se levanta desse chão. – Ele levanta e estende a mão para mim. Aceito a ajuda e ele me levanta. – Como tá nossa cria?

ANDRÉIA: Tá bem, graças a Deus. – Passo a mão na minha barriga enorme.

Andamos até o quarto e ele se deita comigo na cama. O cheiro de shampoo me diz que ele foi na casa dele antes de vim aqui.

TH: Cadê teu celular? Morri de ligar pra tu, e nada de atender. Por isso passei logo em casa pra tomar banho.

ANDRÉIA: Não sei, não lembro se caiu na praça ou deixei na sala do Sombra.

TH: Perdeu. Já era.

ANDRÉIA: É... – Fico triste, porque não tenho nenhum centavo hoje pra comprar um novo hoje.

TH: Vou desenrolar um pra tu, fica sussa.

Ficamos de chamego o resto da tarde toda, assistimos um dorama sob o ódio dele, mas como ele não manda em nada, ele teve que assistir mesmo assim. Já a noite, comemos a macarronada que eu fiz de tarde. Não saímos de casa, preferimos ficar trancados juntinhos só curtindo a companhia um do outro, conversando e o TH tirando onda com a minha cara. Já na hora de dormir o TH me chamou pra conversar, eu não entendi nada, mas aceitei conversar mais um pouco.

TH: Sabe, eu tava pensando... – Ele tá mó nervoso, sem saber o que falar, suando, mesmo com o ar condicionado ligado.

ANDRÉIA: Sim?? Termina de falar.

TH: Será que tu num quer que eu venha morar aqui contigo?

Oi? Eu ouvi direitinho? Ele realmente falou o que eu tô pensando que ele falou? Meu Deus, eu tô em choque, sempre quis que ele quisesse isso, mas nunca me preparei para esse momento. E agora que chegou, eu não consigo nem responder o coitado.

TH: Ei morena! O gato comeu tua língua? Bora diz alguma coisa, tô aqui todo coisado sem saber o que tu acha do bagulho. – Ele ta nervosão.

ANDRÉIA: Eu fui pega desprevenida.

TH: A resposta é não? – Ele pergunta todo triste, own o bichinho quer mesmo morar comigo.

ANDRÉIA: Não é isso!! – Quase grito de desespero. – É que eu sempre quis que você desse um passo a mais na nossa relação, e agora que você deu esse passo, eu fiquei sem saber o que falar.

TH: Eu demorei num foi morena? Pra tomar a iniciativa da gente ficar juntos e assumir o bagulho, né?

ANDRÉIA: Eu acredito que tudo acontece no momento que tem que acontecer, eu só fiquei sem reação, mas eu quero sim. Sempre quis que fossemos algo serio. E que nosso filho nascesse em um lar amoroso, e com os pais juntos, assim como foi comigo.

TH: Então já posso trazer minhas coisas?

ANDRÉIA: Sim!! Pode trazer sim.

TH: Valeu morena, prometo que vou continuar me comportando e que vou cuidar de você e do nosso moleque.

ANDRÉIA: Ele tem nome, é Tomás!

TH cai na risada, detesto quando chama nosso filho de moleque, ah que ódio! 

Nós nos deitamos para dormir, no friozinho e no escuro, deitamos de conchinha, e eu fico pensando na felicidade que eu tô sentindo agora, tudo o que eu mais queria era que a gente ficasse junto de verdade, e não somente como ficantes, tudo está caminhando para o rumo certo. Graças a Deus. Minha maior vontade era que o Tomás quando nascesse, tivesse um lar de amor e afeto, assim como eu tive, cresci vendo meus pais felizes, se amando e juntos, e era exatamente isso que eu queria pro meu filho, e ele terá!!

Escolhida para fielOnde histórias criam vida. Descubra agora