E lá estava eu novamente, com minha mochila revirada do avesso no colo e observando o careca do meu professor vasculhar meu celular. Era sempre assim ultimamente, toda vez que eu alcançava nota máxima nas provas da faculdade - o que acontecia frequentemente - me levavam para uma "conversa".
Acho que isso se devia ao fato que no início da faculdade eu mal sabia somar 2+2 sem o auxílio de uma calculadora, e agora, dois bimestres depois, aqui estou eu, sabendo resolver qualquer conta que seja. É, sei que é estranho, não tenho explicação para isso, sabem, apenas aconteceu.
Não ligo, nunca quis cursar finanças mesmo. Só entrei porque não consegui uma vaga em psicologia.
Meu nome é John, e eu até acharia esse careca musculoso bonito, mas não dá, ele é insuportável. Fazia duas horas que eu estava ali, meus olhos azuis estavam cansados e meus cabelos loiros caíam sobre eles. Foi inevitável. Acabei dormindo.
Lá estava eu. De costas para a parede, tentando me afastar o máximo possível de uma mulher aracnídeo vermelha, ela berrava enquanto se aproximava e eu não sabia o que fazer. Era o meu fim.
Um estrondo soou atrás do ser aracnídeo que estava a me perseguir e uma porta de metal por onde eu tinha passado se abriu. Dela saiu um homem de terno azul com os cabelos castanhos, beirando o dourado, espetados para cima, em sua mão, um pequeno aparelho. Ele fez com que uma luz azul hipnotizante saísse dele e então o teto desabou encima do ser horripilante. Tudo na sala foi destruído, frascos quebrados, animais empalhados esmagados e mesas totalmente fragmentadas.
- Corre - o cara gritou, e eu o fiz.
Corri e alcancei ele, meu casaco bege estava aos frangalhos e minha calça jeans faltava uma das pernas.
- Doutor, e agora? - Eu perguntei ao nos aproximarmos de uma caixa azul...
...
Eu acordei suado e assustado. Havia meses que tinha sonhos estranhos, a maioria deles envolvendo esse tal de Doutor. Não sabia o nome dele, só sabia que ele era conhecido por O Doutor. E ela sempre estava lá, a caixa azul de polícia. Eu deveria está enlouquecendo.
Olhei envolta e não vi sinal do Professor, olhei para fora e notei que já havia escurecido. Com toda certeza aquela coisinha careca já deveria ter ido embora.
Ao lado da mesinha do Sr. Dionísio estava a estátua de um anjo cobrindo o rosto com as duas mãos, era algo sinistro e eu não lembrava de tê-la vista ali quando entrei mais cedo. Era algo bem ao estilo dele, e meu também, mas, ao contrário dele, eu jamais colocaria uma coisa daquelas ao lado de um lugar onde eu passo boa parte do meu dia.
- Tenho que prestar mais atenção nas coisas. - Peguei meus pertences e fui embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Busca Pelo Doutor
Fiksi PenggemarJohn é um cara normal com uma vida igual a de todas as outras pessoas. Pelo menos é o que ele acha, mas quando estátuas estranhas começam a surgir em todos os cantos e sonhos com um tal de "O Doutor", uma caixa azul de polícia e viagens por todo tem...