15 - Encontros

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- Então quer dizer que ele não morre?

- É, Liah, tipo isso. Ele regenera, como o próprio Doutor diz: uma maneira dos senhores do tempo enganarem a morte.

- Então é exatamente por esse motivo que existem 10 fotos de diferentes caras naquele arquivo sobre o Doutor?

Nós imprimimos uma cópia do nosso achado na biblioteca, no mesmo dia em que os anjos nos atacaram, no mesmo dia que encontrei o Doutor novamente e que me lembrei de tudo. Agora estavamos folheando uma apostila de inúmeras páginas, onde boa parte não fazia sentido algum.

Há um mês vencemos os Anjos Lamentadores, e desde aquele dia eu buscava uma forma de encontrar o Doutor mais uma vez.

As coisas continuaram iguais depois daquele dia. A Sra. Suzane teve um enterro digno após sua triste queda da escadaria na loja L&C, e o Julian, devido conflitos familiares, "fugira de casa".

Mentiras e mais mentiras. Não podíamos dizer a verdade, não sabíamos como. A Liah estava me ajudando na minha busca, seu cabelo curto crescera um pouco, ficando abaixo do ombro agora. Fora isso, continuava exatamente igual.

- Bem, eu ainda estou me acostumando com isso, sabe, com a ideia de você ser imortal e de que algum alienígena possa te atacar.

E era exatamente o que poderia acontecer. Eu tinha me tornado uma espécie de bomba relógio, que a qualquer momento poderia ser detonada, machucando todos ao meu redor.

- Eu sei, Liah. Como você acha que estou me sentindo? Tive que me afastar de todos que amo. Minha mãe, meus amigos e todos os outros. E não pense que gosto de você aqui. Não, fico ainda mais preocupado, você é uma das pessoas que mais amo e eu jamais irei me perdoar se algo de ruim te acontecer.

- E você também sabe. Sabe que nada que faça vai me impedir de te ajudar, eu nunca vou te abandonar John. Não importa que seu corpo abrigue a energia de um senhor do tempo ou seja lá do que for!

Naquele momento senti algo queimando dentro de mim, uma lágrima escorreu do meu olho direito, rolando pelo meu rosto e morrendo na minha boca. Limpei-o com a ponta inferior da minha camiseta azul e envolvi Liah em um abraço apertado. Sentindo a maciez de seu vestido branco e o cheiro adocicado do perfume dela - algo que me fez ter boas lembranças.

O engraçado é que, toda vez que abraço ela, alguma coisa fora do comum acontece ou está acontecendo.

Por trás da Liah, frente à parede turquesa da biblioteca, presenciei a materialização de um homem. O mais belo homem que meus olhos já tiveram a oportunidade de enxergar, alguém com um sorriso encantador, alguém por quem me apaixonei no primeiro segundo em que vi.

A Busca Pelo DoutorOnde histórias criam vida. Descubra agora