– Querem água? – Jisung ofereceu rapidamente, assim que os rapazes entraram em sua casa. – Fiquem à vontade! Já volto.O mais novo entregou um sorriso forçado e muito estranho antes de sumir para a cozinha, abandonando os outros no meio da sala.
Os minutos se passavam e o silêncio era incômodo demais.
– Binnie – o mais velho sussurrou preocupado. – Ele não está bem não.
Com muito receio eles caminharam até a cozinha, vasculhando o cômodo à sua procura.
O moreno estava sentado no chão, encolhido como uma criança de castigo. Seus suspiros revelavam o choro confuso e muito fraco.
Changbin nunca sentira seu coração tão apertado. O nó se formava em sua garganta com medo de dizer qualquer palavra que acionasse uma bomba.
Então o castanho se sentou nos próprios calcanhares e tocou levemente o braço de Han, implorando por um olhar ou um desabafo.
– Hannie – Bang chamou e não teve respostas. Se sentou com as pernas cruzadas de frente para o corpo encolhido. – Como a gente te ajuda?
– Parando de fingir que se importam – resmungou ainda com o rosto tampado.
– Estamos te dizendo a verdade, nós não fizemos aquilo!
– Para, Christopher! – Jisung ergueu o olho inchado e a boca trêmula parecia tomar coragem para se soltar. – Vocês acham que é isso? Acham que esse nível de intimidade é o que me machuca?
Os mais velhos trocaram um olhar perdido. Não aguentavam mais esperar por respostas e ao mesmo tempo, não queriam forçar nenhuma palavra.
– Eu sei que vocês dois tentaram roubar algumas de minhas músicas, o que é muito irônico já que me criticavam tanto pelas costas!
As palavras pareciam dardos com pontas de agulha. Bangchan ergueu as sobrancelhas com ironia e indignação.
– Você só pode estar gravando alguma pegadinha. Cadê a câmera? – Changbin comentou afastando a mão que tocava o amigo.
– Que merda você está falando, Jisung? – Já estava difícil e cansativo demais para Bang tolerar tantas acusações.
– Falso! – O moreno ralhou enquanto as lágrimas voltavam a escorrer. – Eu sei que estão mentindo, Sungjin é o único que se importa de verdade.
O nome soou como sinos estridentes. Changbin e Bangchan se olharam e entenderam tudo, tiveram certeza do que acontecia.
A risada irônica do mais velho fez com que Han sentisse medo do que viria depois. Bang alisou os cabelos e se levantou, observando os dois de cima.
O moreno se odiou em silêncio, com os olhos arregalados se dera conta do erro que cometera. Sabia que os ex-amigos tinham conflitos com o empresário e citar o nome de Sungjin em voz alta certamente causaria problemas.
Changbin se levantou e encarou Bang, que apesar da raiva, carregava um olhar esclarecido.
– Jisung, o sonho desse homem sempre foi nos ver separados! – Changbin disse exaltado. – Não vê a situação? Ele te manipula até hoje!
– Vocês continuam tentando me enganar – Jisung suspirou e também se levantou.
– Sungjin que te engana! Engana muito e te confesso que isso me surpreende – Bang lamentou. – Nunca faríamos nada disso com você.
Han ouvia tudo e acompanhava as expressões revoltadas à sua frente. No fundo sempre considerou a hipótese de Sungjin ser superprotetor, e isso o cegava às vezes.
Algumas confissões dos rapazes ligavam pontos no passado e Han percebeu a verdade com facilidade, o empresário realmente queria quebrar aquele vínculo.
– Vou atrás dele – Changbin rosnou caminhando até a saída.
– O quê? – Gritou acordando dos pensamentos. Jisung se colocou na frente da porta impedindo que ela fosse aberta.
– Hannie, saia da frente! – Bang estava logo atrás, disposto a caçar e extrair toda a verdade.
– Eu sei, tá bem? – lamentou de cabeça baixa ainda bloqueando a saída. – Eu já entendi que isso tudo é mentira dele, eu vou ouvir meu coração e vou confiar em vocês.
– Eu vou fazer ele assumir! Vem comigo, Christopher.
O mais novo puxou a chave com força e a enfiou no bolso da calça.
Aquele era um ato de proteção. Evitar aquele encontro protegeria os amigos das garras protetoras de Sungjin, e sua carreira amada também não sofreria danos.
Seus dois amores deveriam permanecer intactos, agora que confiava - parcialmente - na inocência dos amigos.
– Fiquem, e me façam companhia essa noite.
– Não tente nos manipular, Jisung – Bang suspirou.
Os olhinhos brilhantes e redondos foram hipnóticos para os outros dois presentes naquela sala. Insistiram até cansar que deveriam resolver essa confusão com o empresário mentiroso, mas os pedidos de Jisung eram irrecusáveis.
Um pouco mais tarde, já estavam grudados no sofá e embalados pelo cobertor peludo. O filme de terror era interessante apenas para Han, já que os outros dois não paravam de pensar na melhor maneira de afastar o homem oportunista.
Só se esqueceram do assunto quando Jisung se aninhou entre os dois corpos e dormiu com um sorriso fraquinho estampado no rosto.
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Reencontro • 3racha
FanficOnde três ex-amigos, depois de cinco anos separados, são contratados para uma nova parceria. "A ausência aguça o amor, a presença o fortalece." - Thomas Fuller 🏆 9/3/24 - 1⁰ em #3racha