Capítulo 5

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 Sorriu com satisfação de vê-la se alimentando com gosto.

-Só vai ficar me contemplando? Ou vai dizer que por ser um fantasma não come?

-Só uma casquinha do pão. Não tem muita coisa e a vendo tão faminta...

-Come um pouquinho. –coloca um pedaço de brioche na boca do homem. –ele come e beija aquele dedos mágicos. Se olham nos olhos.

Queria perguntar a ela se ficaria ali com ele por um tempo ou iria embora já no dia seguinte, mas tinha medo de perguntar. Tinha medo de que ela dissesse que já havia matado seu desejo e que agora como mulher sabia o que queria. E que uma mulher tão bela não iria querer ao seu lado um homem tão feio morando foragido no poço do teatro tendo um visconde tão bonito e rico babando por ela. E não poderia aguentar ser novamente abandonado.

-O que foi? Por que tem esta cara de preocupado?

-Me abraça, Chris. Só me abraça.

-Sim.

-Sabe que a amo.

-E demonstrou-me muito. –beijo- é doce, paciente e generoso. Faz amor como beija.

"Quero que me ame, Christine, como te amo. "

Ao amanhecer, Christine não mais sentiu o peito dele como travesseiro. Estava sozinha naquela enorme cama.

Foi encontrá-lo de olhos fechados, junto ao piano e ele estava tocando uma melodia que ela nunca havia ouvido. Usava máscara, estava elegante e majestoso como antes. O admirava. Não chegava a ser bonito, mas era muito atraente. Ainda mais que agora o conhecia intimamente. Não queria interrompê-lo, assim ficou por cerca de uma hora até que ele saísse de seu transe e abrisse os olhos e se surpreendeu de vê-la ali.

-Christine!

-Bom dia, maestro.

-Quanto tempo está aí?

-Desde que acordei. Não quis incomodá-lo.

-Desde quando uma musa incomoda seu artista? É uma honra ser visitado por minha bela musa.

-Esta canção que tocou nunca a ouvido.

-Claro que não. Acabei de ser inspirado a compô-la.

-É muito bela.

-Tal como você, minha bela dama. Chama-se "Sonhos de uma bela dama". Logicamente, inspirada toda em você.

Ele vai até ela e a beija.

-Já a tenho quase pronta para minha próxima ópera.

-Mas acaba de compor uma!

-Para ver como sou apaixonado pelo que faço. Mas desta não poderá ficar reclusa às paredes deste teatro, não podem saber que sobrevivi ou me pegarão. Vou falar com Nadir e ele vai me ajudar a comercializá-la.

-Nadir?

-Sim, Nadir Daroga, um velho amigo, lamento não ter lhe falado dele. Um velho amigo que conheci em minhas andanças, quando o conhecer, te conto a história completa. Ele conhece vários maestros, casas nas quais diz que minha obra tão vibrante poderia ser bem vendida. Sempre me criticou por obrigar os donos deste teatro a "fazer contribuições". Dizia que minha arte merecia ser valorizada pelo que é, não sob ameaças.

-isto é.

-Quero juntar todo dinheiro que puder, sem precisar recorrer a meios escusos.

-Isto muito me alegra.

Depois daquele beijo -O Fantasma da Òpera Chris y EricOnde histórias criam vida. Descubra agora