Christine queria contar da "casa dos Destler" que Erik estava construindo para morar no futuro, o campo e as obras que ele estava compondo para o Mercado musical, mas era um segredo que ela e seu amado compartilhavam e não iria contar para ninguém, nem mesmo para aquela mulher que havia cuidado dela desde pequena, junto de seu anjo.
-Não, Madame. Mas vejamos como as coisas irão acontecer!
-Peço que o Senhor te ilumine em sua decisão, quando tiver que tomar uma. –disse beijando sua cabeça.
Christine olhava a porta nervosa, tudo que queria era sair por ela e ir de encontro a seu anjo da música, mas Madame não a deixou ir porque era muito tarde e perigoso para uma senhorita atravessar a rua sozinha. Christine queria argumentar, mas neste momento, Meg abriu a porta.
-Oi, mamãe! Christine, que saudades! Quando chegou?
-Er, hoje!
-Veio sozinha, Meg? Sabe que não gosto que venha sozinha! Estou falando para Christine não ir ao teatro agora e a senhorita chega...
-Ai, mas por quê quer ir para a ópera agora? Está fechado.
-É... para matar as saudades.
-Saudades do teatro, das meninas.
-De mim?
-Claro! Você é uma das pessoas de quem mais tenho saudades, Meg!
-Sabe, a tenho como minha irmã! Mas amanhã iremos juntas ao teatro, estamos ensaiando as peças novas.
-Já reabriu, então?
-Não, segue sem previsão de reestreia, mas não deixamos de ensaiar!
-Que ótimo!
-Meg, deveria ter esperado que fosse buscá-la ou ter ficado no dormitório! Sabe que não gosto que venha sozinha!
-Mas mamãe, o teatro é em frente!
-Mesmo assim, querida. Não sabe o que acontece? Estes tarados veem as moças no palco e ficam esperando-as saírem para atacarem! Preferia que dormisse no teatro! Não venha mais sozinha!
-Ai, mãe! Mas que coisa! Saio sozinha sempre, acha o quê? Que o fantasma da ópera vai estar me esperando na saída e me atacar?
Christine engasga com o chá e começa a tossir.-Ai o que foi Christine? Ai, desculpa, sei que o tal fantasma gostava de ouvi-la cantar, mas ele atacava mulheres também. Por sorte não te fez mal, pois sabe que ele abusou de muitas bailarinas!
-MEG! PARE DE FALAR BOBAGENS! -gritou Christine.
-O Fantasma não abusou de bailarina nenhuma! -repreendeu-a Margarida.
-Mas como, não? Nós mesmos comentamos.
-Cala a boca, Meg! -gritou a senhora.
-Não gosto quando fala assim comigo! –disse fazendo bico de pato.
-Meg, o tal fantasma da ópera, como disse, NÃO ABUSOU DE MULHER ALGUMA! Quem abusava era o Monsieur Bouquêt!
-E não foi o tal fantasma quem matou?
-Para nos defender! E... O fantasma jamais tocaria alguma das meninas, vocês são como filhas para ele! –disse Christine, sentindo-se mais velha
-Se você está dizendo, mas não sei se...–disse desconfiada.
-Olha, este assunto não interessa! Não quero que ande sozinha à noite!
-Não se preocupe, mamãe! Não vim sozinha. Um dos seguranças me trouxe.
-Ufa, ainda bem.
-Estou tão feliz, Chris, que está aqui! –as duas se abraçam –Senti tanto sua falta! Já está casada com o visconde?
-Não, imagina! Quando me casar, você será convidada! -Seja quem for o noivo. (pensou)
-Mas está ou não está noiva do visconde?
-Estou e não estou!
-Olha, amanhã, as duas conversam, está na hora irem dormir.
_________
No dia seguinte, Meg foi acordada por Madame Giry para ir ao teatro ensaiar, como Christine dormiu no mesmo quarto, também acordou.
-Vamos Christine! Não tem saudades de dançar?
-Sim, muita.
-Quem sabe deixam que volte.
-Não se precipite, Meg!
-Dançar, eu não sei, Meg, estou destreinada, mas assistirei com prazer!
-Duvido que a aceitem de volta, é uma das melhores. Que acha de falar com a nova instrutora, mamãe?
-As coisas não são assim, Meg! Olha, não pressione, Christine! Ainda mais agora ela é cantora e tem outros planos!
-AI, claro, esqueci! Está noiva de um nobre! Acho que ele não vai querer que sua noiva seja dançarina! Ai, Chris será que ele vai deixar que continue cantando na ópera?
Christine iria protestar quando a campainha tocou na velha porta.
-Quem será?
___
Christine não podia acreditar: o visconde havia mandado uma carruagem para buscá-la para ir ao palácio.
Não adiantava protestar.
-Mas madame, não quero ir!
-Querida. Sabe que o visconde ficará muito ofendido se não for. Não o tem como amigo?
-Sim, madame, sim, mas a última coisa que quero é magoar Raoul! Mas acho demais que me pressiona demais, não sei se estou pronta para ser uma nobre! E estas aulas de boas maneiras, ai madame, não quero ser dessas nobres frescas!
-Quanto a isso concordo, querida. Te eduquei como se fosse nobre. Ensinei-a tudo sobre cerimonial e boas maneiras, assim como ensinei a seu pai. Você vai, mas eu vou junto!
Quem não gostou muito foi Meg que esperava levar Christine ao ensaio. Mas ao saber que ela iria ao palácio mudou de ideia.
-Ai, mãe, por favor! Deixa eu ir junto? Nunca vi o palácio dos Chagny por dentro.
-Não Meg! Este convite é só para Christine!
-Então, por que a senhora vai junto?
-Ora, menina, vou na qualidade de mãe e tutora de Christine.
-E eu de irmã! O que adianta ter me ensinado tudo que ensinou à Christine se não tenho chance de praticar?
-Meg! Os Chagny não estão te esperando e sim sua instrutora, vá para o ensaio!
-Está bem! Mas Chris, um dia me leva para conhecer o palácio?
-Está bem, Meg!
A espevitada bailarina saiu animada. Olhou para dentro da carruagem, o cocheiro olhou desconfiado. Não era a moça que esperava.
-Senhorita Daaé já está vindo!
O velho cocheiro apenas cumprimentou com a cabeça.
O cocheiro estranhou, mas não protestou quando a mocinha finalmente aceitou que a levasse ao palácio, mesmo acompanhada de sua mãe, afinal, seu mestre não acharia mal. Pior seria não levá-la, os Chagny não gostavam de ser contrariados.
§§§§§§§§§§§§§§§§§§§
VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois daquele beijo -O Fantasma da Òpera Chris y Eric
FanficDepois de ser beijado pela primeira vez, Erik deixa que a mulher que ama vá embora com Raul, o homem a quem viu se declarar, concluindo que ela já fez sua escolha e que é aquele o homem que sua musa ama. Mas será esta a verdade?