O Intocável (Tomarry) - | TRADUÇÃO |

Medusa

Harry ficou um pouco irritado ao descobrir que Remus, o cachorro-homem, havia sido demitido e não tinha permissão para voltar a Hogwarts para lecionar. E tinha algo a ver com ser um homem-cachorro (ou 'lobisomem', como Remus enfatizou em muitas ocasiões; como Harry se importava).  

Harry zombou quando descobriu. Como se Dumbledore não soubesse que Quirrell era um Lorde das Trevas ou que o idiota brilhante do segundo ano (que Harry nunca se preocupou em saber seu nome) não era um mentiroso violento e traidor. Remus tinha sido o único professor decente (além do substituto de Quirrell, que estava bem) que eles tinham para Defesa, então Harry ficou um pouco irritado com esse fato.

Harry também teve a nítida impressão de que a maldição da Defesa seria removida se um professor passasse para o segundo ano. Ele teorizou que Dumbledore gostou da maldição, apenas para lhe dar uma razão para fazer um rodízio de professores anualmente para sua própria diversão.

Depois de um adeus um tanto aguado de seus novos guardiões (e Harry aproveitando a novidade de ter guardiões que se importavam o suficiente para chorar quando não o viam por alguns meses), Harry sentou-se no trem para Hogwarts, cuidando da própria vida enquanto o as rodas bateram e a máquina a vapor assobiou. Hermione o encontrou cedo e sentou-se com ele. A garota aparentemente nunca fez amigos em sua própria casa. O bom de Hermione, entretanto, era que ele podia ignorá-la o quanto quisesse e ela nunca se ofendia, desde que ele a ajudasse com magia sem varinha. Hermione o lembrou de uma verruga que ele tentou queimar no início e que continuou crescendo a ponto de ele decidir que era hora de conviver com ela.

Hermione na verdade não era nada parecida com uma verruga, honestamente. Harry descobriu que realmente gostava dela, mas estava acostumado a ser levado embora e quebrado e não sentia muita vontade de se apegar. Mas aparentemente seus sentimentos não se importavam com o que seu cérebro pensava e ele gostava dela de qualquer maneira.

Harry descobriu muito cedo que não poderia gostar de uma garota assim . Talvez ele devesse ter notado no primeiro ano, quando olhou para Damon apesar de manter distância. Ou no segundo ano, quando aquele garoto passou pelo buraco no chão e Harry não conseguia parar de pensar nele. Harry até se sentiu um pouco estranho perto de Sirius no início, mas descobrir que o homem era seu padrinho e agora tecnicamente seu pai adotivo imediatamente limpou essa lousa.

Não foi nada rude, mas Harry sentiu um tremor no estômago e ficou ainda mais retraído - o que era surpreendentemente possível, embora ele basicamente já vivesse como uma sombra. Ele simplesmente parecia ter uma queda por pessoas altas, morenas e possivelmente loucas. Harry não gostou nada dessa descoberta .

O tempo no trem passou rapidamente e então Harry estava observando os estranhos cavalos de couro puxando as carruagens e mantendo uma conversa interessante com uma loira Ravenclaw um ano abaixo dele, que ele sentia ser o único outro aluno inteligente na escola. Claro, Hermione era esperta em termos de livros. Mas a garota (Loony, a língua de Hermione escorregou antes que ela ficasse quase azul) tinha a mente notavelmente aberta e igualmente fascinada por Harry. Ele notou para si mesmo que teria que ficar de olho nela.

Harry sentou-se ao lado de Daphne na Festa de Boas-Vindas, a jovem se tornando notavelmente parecida com sua prima de segundo grau, Mollie, com o passar do tempo, e franziu a testa com o anúncio de um Torneio Tribruxo. Parecia que Hogwarts teria mais um ano de caos.

Harry não se importava com as meninas e meninos bem-educados de Beauxbaton, nem com o grupo endurecido de Durmstrang. Eles se exibiram um pouco, girando e lançando fogo e, no geral, sendo elegantes. Harry suspirou. Seria realmente um ano muito longo.