Verônica. Cap.: 10

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O nosso jogo era na quarta-feira de 9 horas da manhã, como eu levava minha irmã na escola toda manhã cedo, já fiquei lá pela quadra desde as 7 horas, nisso, vi todos os jogos dos nossos adversários do grupo, torci muito, pedia secretamente na minha mente para que eles não fizessem gols, e aconteceu, só teve empate, nisso, quando deu 8:40 da manhã, eu estava estranhando ainda não ter aparecido ninguém do meu time na quadra de esportes, logo, notei uma menina da minha sala observando o último jogo antes do meu na arquibancada, eu sabia que ela era uma daquelas garotas populareszinha que andavam com os trouxa da minha turma, ela era bonita, olhos verdes, corpo bastante evoluído para alguém da sua idade, porém, isso não fazia com que eu gostasse dela, era apenas mais uma da turma da bagunça que gostava de humilhar os outros "pirralhos", observei e vi várias vezes a mesma pegando a força o lanche das outras meninas junto com os "parceiros" dela, certo dia chegou a brigar com uma aluna chamada Natasha(Nat) que resolveu enfrenta-la, teve até puxão de cabelo, as duas rolando no chão, foi uma confusão e tanto próximo aos bebedouros do colégio, penso que, a valentia de quem quer ser brabo acaba quando ele encontra outro pior que ele, a mesma nunca mais mexeu com aquela garota, porém, derrepente de uma hora para outra, a tropinha de babacas amiguinhos da desordeira sempre perturbavam a Nat, sempre davam um jeito, certo dia fui um dos primeiros a voltar para a sala após o intervalo e peguei em flagrante os caras virando o cesto de lixo em cima da cadeira e mesa que a Nat usava para asistir as aulas, essas coisas aconteciam sempre que ela se destraia ou não estava perto das suas coisas(caderno,garrafinha de agua, bolsa e etc), teve um dia que sumiram com o caderno dela, isso deu maior fuzuê, pois, pelo que fiquei sabendo, os pais da Nat não gostaram nada de terem que comprar outro caderno para ela, eles foram na escola falar com a diretora, depois vieram na nossa sala, porém, ninguém que fez aquilo iria se acusar, nem poderiam ser acusados sem provas, então ja viu, sempre a tropinha se safava, eu nunca me envolvia, olhava para a desordeirazinha e via a mesma sempre com um sorriso no canto da boca, talvez por isso também, fui criando uma certa empatia por ela.

Logo, eu olhava pra todo lado e só via ela na quadra, seu nome era Verônica, eu nem sonhava em possuir um celular naquela época, não havia como entrar em contato com os caras da nossa equipe, passaram-se alguns minutos e eu agoniado sem saber o que fazer, pensei em ir falar com a mesma lá, e perguntar pelos caras, porém, eu estudei 2 anos com ela, já estava na metade daquele ano em que estavamos e ainda não havia dado nem um oi para aquela menina, tendo jamais trocado uma palavra se quer com a mesma, entretanto, eu sabia que tinha que fazer algo, vencer aquele campeonato era importante, a sala vencedora ganaharia uma viagem para um famoso parque aquático, hora, por toda minha infância e pré-adolescência eu nunca pude sair nem na rua onde eu morava pra sentar na calçada, então aquilo para eu seria fazer uma nova descoberta, ver outro lugar, conhecer pessoas novas, além disso, eu tinha também um sonho de ganhar medalha, troféu e reconhecimento, pensava que, com essas conquistas mostraria para os meus pais que eu era bom, conseguiria finalmente convence-los a me colocarem em uma escolinha de futebol, imaginei que minha vida monótona mudaria, já me vi realizando meu sonho de sair daquela prisão que era a casa dos meus pais, comprar meu primeiro video-Game, jogar em um time fora da minha cidade e etc, em pouco tempo, sonhei bastante acordado, as vezes a vida nos chama, olha para nós e fala; "então? Tô passando a bola para você, vai dominar ela ou dar as costas e correr na direção contrária??" Têm pessoas que tocariam rapidamente de primeira fazendo-a retornar ao seu ponto de partida, outros ainda parariam a bola pra depois tocar, já eu, eu fiz o que tinha que fazer.

Continua.

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