"Na Corda Bamba". Cap.: 5

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Senti alguém me empurrar pelas costas e logo saí cambaleando em direção ao birô (mesa) do professor que ficava dentro da sala, me agarrei na mesma quase que caindo, escutei uma voz que dizia; - "pega ele cara", para minha sorte o professor tinha saído talvez para lanchar ou ir ao banheiro no momento do intervalo e deixado suas coisas na mesa dentro da sala, tinha uma bolsa que derrubei ao tentar me agarrar com toda força para não cair, uma garrafinha de água que foi para o chão rapidinho quando bati minha mão nela e, o apagador de quadro no qual, esse eu segurei com toda força, fiz isso sem nem perceber, talvez tenha sido um rápido impulso de defesa gerado pelo meu cérebro... eu tava de costas mas ouvia os passos de alguém vindo atrás de mim, foi tudo muito rápido, já levantei me virando para trás e fazendo o movimento de atacar com toda força e ódio que eu tinha, acho que o pirralho teve nem tempo de pensar, bati com a quina do apagador na cabeça dele, na hora vi ele cair no chão, olhei em direção a porta e vi o outro pirralho olhando para mim com os olhos arregalados, acredito que ele não esperava que aquilo fosse acontecer, nem eu esperava, o gordão que era maior que eu estava paralizado, ele parecia não saber o q fazer, percebi q ele tentou falar algo e não conseguiu tamanho o choque, e eu alí esperando ele fazer alguma coisa, quando percebi que o mesmo tava mais assustado do que querendo fazer algo contra mim, desci meus olhos para o chão e vi o magricela caído com os olhos abertos, porém, ele tentava se levantar e não conseguia, parecia estar tonto, notei o sangue que escorria pelo seu rosto, rapidamente o restante da turma foi chegando na sala, alguns passavam por ele caído e por mim em direção aos seus acentos, outros pararam na porta e olhavam calados e confusos sem saber o que estava acontecendo, alguns passaram correndo para o final da sala e nem perceberam nada, o professor, há o professor, esse ficou desesperado, ficou tão desnorteado ao ver aquela sena que acabei escapando temporariamente pelo fato de ja ter muita gente na sala e o mesmo não ter notado que eu estava com o seu apagador seguro em minha mão, ajudou o fato de que, quando ele perguntou o que aconteceu e já foi pegando o muleuque nos braços para socorrer, o fato de alguém que certamente não tinha entendido nada, gritar; -"ele caiu e bateu a cabeça na mesa."

O professor saiu correndo com o menino nos braços, eu institivamente, coloquei o apagador no meu bolso, o gordão saiu andando calado em direção ao seu acento, ele abaixou a cabeça e apenas foi ligeiramente sem olhar para mim, os poucos colegas de classe que estavam parados próximo a porta e perceberam o que havia ocorrido, também apenas me olhavam sem falar nada, o restante da turma não entendeu o que aconteceu e apenas foram para seus lugares, outros aproveitavam a ausência do professor para conversarem em voz alta com os seus grupinhos, já eu, fui saindo arrodeando o birô e aproveitando para apanhar a garrafa com água e a bolsa que estavam no chão, minha mão tremia, fiquei sentado alí, quieto no meu canto, depois de uns 40 minutos de bagunça na sala de aula, todos ficaram "paralizados" ao ver o professor entrar e junto com ele a diretora da escola, nossa! Pensei rápido; sera que eu matei o menino? Será que ele morreu?? eu soava frio enquanto ela discursava dizendo que não queria mais ver ninguém voltar do intervalo correndo pelos corredores, muito menos entrar na sala de aula correndo, ela falava que um colegujnha nosso tinha sido levado para uma clínica pública que tinha ao lado da escola, que o mesmo havia desmaiado mais já passava bem, ela falou que ele precisou levar alguns pontos na cabeça próximo a testa, mas, que estava ja tudo resolvido, mandou o professor seguir com a aula e saiu fechando a porta, nisso, eu apenas olhava para todo mundo e para minha sorte, calados estavam e calados ficaram, percebi que alguns olhavam para mim e quando percebiam que eu os notava, apenas disfarçavam o olhar, algumas meninas até abaixavam a cabeça, eu resolvi então parar de olhar para turma e focar no professor que retificava o pedido da diretora falando para que os alunos não entrassem na sala correndo, naquele momento eu só queria mesmo era sair correndo da escola, várias coisas se passavam pela minha mente, vai que minha mãe descobrisse o que eu fiz... Nossa! Aí sim eu estaria ferrado mesmo, porém, o que mais me preocupava era, o que o magricela iria falar quando estivesse recuperado? Iria dizer que fui eu que fiz aquilo? E se ele contasse aos pais dele? Minha cabeça parecia "girar em um cata-ventos" de possibilidades nais quais em todas elas eu me ferrava de todo jeito... inesperadamente, saí dos meus pensamentos quando o professor precisou escrever no quadro, pegou o seu lápis e perguntou aos alunos se tinham visto o seu apagador, pois o mesmo procurava em sua bolsa e não encontrava.

Logo, pensei, e agora? O que vai acontecer?? O que vão dizer??

Continua.

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