"Habitat Natural". Cap.: 6

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O professor perguntava mais ninguém respondia, alguns falavam que nada sabiam sobre o apagador, já eu fiquei quieto esperando o fim da aula daquele dia, assim, quando o sinal de alerta tocou e chegou a hora de todos irem para casa, rapidamente o pessoal saiu e eu tremia descendo as escadas. No dia seguinte fui normalmente para escola, porém, já havia passado a noite sem dormir pensando em várias possibilidades e desculpas ou, justificativas, claro que imaginei no que aconteceria se minha mãe soubesse do ocorrido e claramente eu também já preparava o meu psicológico para fazer o dobro do que eu fiz ou muito pior com os envolvidos...

O colégio era aberto para se entrar porém, só se tinha acesso as salas de aulas apartir de uma hora da tarde, eu saia de casa sempre de 12:10 e chegava 10 minutos depois, subia algumas escadas e ficava em um lugar alto perto de uma entrada superior que existia, lá era legal, 90% das pessoas chegavam em cima do horário de entrada e cerca de 85% esperavam na parte inferior pois por ela poderiam entrar correndo pelos corredores feito sempre faziam... eu já não fazia muita questão disso, ainda mais na quele dia especifico onde eu não sabia o que me esperava, sempre tive medo de altura mais na quele lugar, alí em cima me sentia mais livre, o vento no rosto, a tranquilidade que aquele lugar me proporcionava era muito boa, lá também ficava próximo a quadra de futsal que era outro lugar onde eu julgava ser em muitos momentos, o meu "habitat natural"... meu medo por estar em lugares altos veio das minhas peripécias de quando muleque, com 8 anos de idade meus pais tinham saído para ir há um supermercado próximo de onde morava-mos, nisso me deixaram sozinho com minha irmã mais nova dentro de casa, eu gostava muito de soltar pipa, então, como eu não poderia sair de casa para brincar, resolvi fazer uma e solta-la no ar, do quintal de casa mesmo, porém, por conta do enorme pé de acabacate, isso se tornava uma coisa bem dificil, logo, resolvi tentar de cima de uma pequena laje onde ficava a caixa d'agua, peguei a escada do meu pai e fui tentar subir ate lá, porém, no fim do caminho, até hoje sem saber bem o porquê, a escada tombou para trás, talves eu não tivesse aprumado a mesma de uma forma correta no chão antes de subir, só sei que o susto foi grande, ela veio voltando lentamente e eu balançando os braços, tentando inclinar o corpo para frente e segurar na borda da lage, para minha sorte, acabou dando certo, entretanto, fiquei lá agarrado esperando meu pai voltar e segurar a escada pra mim descer, meu coração batia acelerado, enquanto o socorro não chegava acabei chamando minha irmã para segurar, isso, como se ela com 4 anos de idade fosse conseguir aguentar o meu peso e o da escada de madeira, mas, em fim, quando criança não raciocinamos bem em muito momentos, digamos que eu tive poucos desses e, depois do susto acabei ficando meio traumatizado...

A vida é assim, você erra e ela lhe dar uma oportunidade de aprender e não repetir o que foi feito para que o resultado não seja o mesmo ou pior, logo, o mesmo aconteceu comigo depois daquela apagadorzada que eu dei no muleque, eu quase apaguei ele de vez, parece até que alguma força sobre natural tinha deixado o apagador do professor lá de propósito para me ferrar, também pode ter certeza de que aquele nunca mais foi visto por perto, no dia seguinte da briga, feito sempre pela manhã, minha mãe pediu para que eu fosse sozinho comprar pão no supermercado e aproveitei para jogar a unica prova do "crime", em um riacho que existia descendo a rua lá em baixo bem distante, abri a porta e fui correndo, depois subi tudo novamente para ir cumprir minha tarefa, subi cançado mais feliz por ter me livrado daquilo, tava tranquilo sem me preocupar mais com nada, pois, eu também poderia mentir e dizer que não fiz aquilo. Estava tudo calculado, muitos planos em mente, só esperando saber o resultado e, assim que entrei na sala de aula já me surpreendi logo de cara.

Continua.

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