A P1 Com 2. Cap.15

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Eu estava indo pra casa do Dilan, era umas 7:40 da manhã, havia deixado minha irmã na escola, o treino de futsal começaria de 8:30, chegando na entrada da Tulipa logo percebi uns movimentos diferentes do normal, uns caras altos e magros encostados em uns muros me olharam, outros pareciam observar algo em outra direção, como se estivessem brexando pela quina do muro o que acontecia do outro lado da rua mais a baixo, derrepente de passagem, escuto um barulho de rádio, me segurei para não olhar parar trás e apenas ouvi;

Rádio; --- os homi estão aqui, meio do giro, atenção dobrada, avisa a geral...

Ainda acabei ouvindo a resposta de um dos caras que eu havia acabado de passar por ele.

Cara responde na rádio; --- tô ligeiro comparça, é um golzin na p2, motor na p1 com 2, esses dois vão rodar, tá ligado? Vamo brincar com eles.

Nisso eu acelerei o passo, não havia entendido quase nada do que ouvi, um bocado para frente dalí dei de cara com uma moto da polícia e dois policiais revistando um adolecente quase que no meio da favela, um deles batia na cara do muleuque que parecia ter uns 15 pra 16 anos, não conseguia imaginar por qual motivo ele fazia aquilo, porém, as tapas estalavam alto, os policiais olharam para mim e eu "gelei", o clima estava tenso por alí, dava para se perceber no ar que o ambiente não era realmente o mesmo de sempre, não me pediram para parar e eu passei, quando estava chegando na porta da casa do meu colega, percebi um pirralho que parecia ter uns 10 anos passar correndo com um capacete policial na mão, um dos policiais correndo atrás dele ladeira abaixo, foi uma cena até que engraçada, porém, minha expressão de sorriso fechou na hora quando ouvi uns disparos de tiro, foi uma grande rajada, gritando chamei o meu colega para abrir a porta mas, só ouvi a voz dele de dentro da casa me dizendo para pular o muro e se abaixar, foi o primeiro muro que aprendi a pular na vida, não era tão alto e nem tão baixo, porém, o medo era tão grande que acabei agindo sem pensar muito, pulei até que rápido e me deitei no chão da varanda, olhei de lado e notei as portas e janelas todas fechadas, derrepende ouvi o barulho da sirene da polícia, a rua encheu, não teve mais tiros, após alguns minutos moradores já saiam para fora para ver o que havia acontecido, pois, percebi isso quando o padrasto do meu colega abriu a porta e veio me ajudar a levantar, ele ainda me disse;

Padrasto do Dilan --- tá sem sorte, veio na hora errada garoto, entra que o Robert tá calçando o tênis na sala, fala com ele lá.

Entrei, porém, o que eu queria mesmo era ver o que acontecia alí fora, de dentro da casa só se dava pra ver as luzes passando por todo lugar, falei rapidamente com o meu parceiro e ele disse que aquilo era normal. Fiquei admirado com sua tranquilidade, com pouco tempo a mãe dele que havia saído lá pra fora também entra junto com o padrasto e falam por alto o que aconteceu.

Continua.

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