"O Cavalo de Pau". Cap.:12

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De qualquer forma, ela acabou ajudando, aparentemente até então, sem pedir nada em troca, ela ainda apontou, fez gestos e me posicionou no caminho certo a seguir, e assim eu fui, para minha sorte também, esse Guga foi um dos poucos que resolveu abraçar a causa, eu nunca fui muito com a cara dele, sempre via ele nas rodinhas de amigos falando das meninas com quem ele saia, nunca gostei disso, mais pelo menos nessa causa ele me ajudou, convenci rapidamente o mesmo de que ganhariamos, falei que os outros times haviam empatados, expliquei como fiquei sabendo, contei que vi ao vivo e em loco, garanti olhando no olho do cara que comigo jogando de titular nós ganhariamos, claro, tive que me empolgar um pouco, eu não tinha essa certeza, mas sabia que se convencesse ele, o resto seria mais fácil, pois, a tropinha parecia acreditar bastante até nas mentiras do cara, certa vez ouvi ele dizendo na sala que namorou a mãe de uma garota, a irmã dela, ela, e perdeu a virgintade com uma prima delas, os abestalhados da sala só faltavam aplaudir o cara, enquanto eu só pensava ser muito difícil ele fazer tudo isso com uma família só e com tão pouca idade, se isso aconteceu, esse cara era um "predestinado mesmo".

Para resumir, ele pediu a um irmão mais velho que ele tinha, para que o mesmo levasse a gente de carro na casa dos outros colegas dele, assim, seria mais rápido, nosso jogador da casa lilás nem precisava se repetir, chamava os amigos e eles já corriam pegar o tênis e já entravam na caminhonete quatro portas calçando-os, se bem que, para minha surpresa, teve até alguns que recusaram e não quiseram vir, acharam que não daria mais tempo, colocaram várias dificudades, já teve um que quando confirmei que vi o empate dos outros times, foi até com um pão na boca e um copo de café na mão dentro do carro, outro estava dormindo ainda e acordamos o mesmo batendo em sua porta, mesmo assim ele foi, outro pegou só a meia de um pé e lá teve que arrumar um meião emprestado com quem já jogou para formar o par, foi muita resenha, acabou que conseguimos os exatos cincos jogadores necessários para atuar na partida, imaginei que o nosso tempo estava estourando, pelo relógio do irmão do Guga faltavam 4 minutos para 9:10, fui explicando algumas coisas dentro do carro e o nosso "motorista" chegou rasgando no estacionamento da escola, o "cavalo de pau cantou", o vigilante se assustou com nossa chegada e foi andando lingeiramente para dentro da escola, o portão era de grade e deu pra ver, descemos correndo e chamando ele para abrir o portão, daí ele reconheceu alguns de nós, e já abriu logo, de passagem falamos que estavamos atrasados para o jogo, porém, maior surpresa eu tive chegando na quadra, da arquibancada a Verônica veio correndo na nossa direção e comemorando o fato de termos chegado, isso, sem retirar os olhos de mim, ela falou que fez a parte dela, chamou toda a turma da sala para acompanhar a gente e torcer por nós durante o jogo, eu fiquei sem acreditar no que o meu olhos enchergavam, notei mais da metade da turma na arquibancada, logo senti um "frio no estomago", todos estavam muito animados, porém, lembrei que se tudo não resultasse em uma vitória nossa no jogo, eu estaria em total desprestígio com a galera, se bem que eu também não fazia muita questão da amizade deles, talvez isso que tenha me dado tranquilidade.

Continua.

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