Favela da Tulipa. Cap.14

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Dormi mais de meia noite, ficava só pensando em tudo, havia ainda o mistério para se saber da garota, o qual eu não entedia sobre suas reais intenções, quanto mais eu pensava mais confuso ficava, e o pior de tudo, é que iria ter treino no dia seguinte, com a moral que ganhei com o treinador, com o campeonato ainda em disputa, aparentemente estando meio que intrigado de toda turma, isso, sem pelo menos saber o porquê, vida virada de uma hora para outra, o que mas eu poderia fazer?

Com minhas pernas doloridas, levei minha irmã na escola, depois voltei para casa pois minhas costas também doiam e assim não dava para jogar bola, uma hora depois alguém bate na minha porta, vou ver quem seria e para minha surpresa, foi ele, aquele muleque que havia me passado o recado do treinador no intervalo das aulas outro dia, perguntei o que ele queria, o mesmo veio me chamar para ir pra o treino, acabei explicando a ele que não poderia ir, expliquei tudo o que havia acontecido, mostrei minhas costas cortadas, meus calcanhares inchados e vermelhos, o mesmo acabou entendendo e falou que também não iria treinar naquele dia, logo, fortalecemos nossa amizade, ficamos conversando alí na porta de casa, eu não poderia chama-lo para entrar, pois, se fizesse e minha mãe descobrisse isso, nossa! A confusão estaria feita, falei isso pra ele que, acabou compreendendo, porém, fui lá no aparelho de som do meu pai e coloquei un Cd (compacto disco) com musicas de funk e rap que adoravamos ouvir naqueles tempos, o som bombava na rua, e nós alí só curtindo e conversando, ele me falou que se chamava Robert, mais q seu apelidio era Dilan, logo, acabei conhecendo ele um pouco mas, o mesmo morava em uma favela próxima ao bairro que eu morava, essa favela era chamada de Favela da Tulipa.

Após aquele dia, vimos que nossas ideias batiam muito uma com as outras, pensavamos parecido em muitas coisas, 3 dias depois daquele encontro, voltei aos treinos, combinamos de fazer assim, treinavamos juntos eu e ele, depois do treino, eu me juntava com o Dilan para ir em sua casa, fiz amizade fácil com sua mãe(que era muito gente boa) e com sua irmã(que já era casada), ficava lá assistindo e conversando com o padrasto dele(que era um ex-comandante da marinha aposentado), enquanto o meu parceiro tomava banho e se arrumava para ir ao colégio, depois seguíamos juntos lá para minha casa e nesse caso, ele é que esperava, entre-tanto, o cara preferia ficar do lado de fora me esperando, na rua mesmo, ele dizia que não queria arrumar problema pra mim, ele já sabia um pouco sobre o jeito da minha mãe, eu tambem não imaginava como ela iria tratar o meu colega, eu não queria perder a única amizade que tinha feito, assim, eu entrava em casa, também tomava banho e me arrumava, depois saia e ele já me esperava sentado em uma calçada do outro lado da rua, eu me sentia mal com aquilo mas, me tranquilizava saber que ele entendia.

Minha amizade com o Dilan me fez abrir os olhos para uma outra realidade que eu não conhecia, as vezes após deixar minha irmã na escola(sendo que eu já fazia isso arrumado para o treino de toda manhã), eu passava lá na casa dele, pois tinha que esperar umas meia horas ainda antes do horário do treino, então assim, subiriamos juntos e eu fazia uma horinha conversando com a mãe dele, nisso, acabei vendo muitas coisas, como eu era muito quieto e observador, percebi muitas coisas curiosas ao entrar e sair na favela com meu colega, teve uma vez que...

Continua.

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