❥ 𝓐 𝓥𝓸𝔃 𝓭𝓮 𝓛𝓲𝓼𝓪 | 𝕵𝖊𝖓𝖑𝖎𝖘𝖆

✧ Capítulo 3 - 𝕷𝖎𝖓𝖉𝖆

Jennie Kim

O céu estava começando a escurecer quando entrei em Pelion, uma pequena área central tranquila, quase antiquada. A maioria dos negócios parecia ser familiar ou individual, e grandes árvores ladeavam as calçadas largas onde as pessoas ainda passeavam no crepúsculo mais fresco de final do verão. Eu adorava essa hora do dia. Havia algo de mágico nisso, algo de esperança, algo que dizia: — Você não sabia se conseguiria, mas conseguiu outro dia, não foi?

Localizei o Haskell's, entrei no estacionamento à direita dele e parei em uma vaga.

Eu não precisava de compras ainda, mas eu precisava de algumas necessidades básicas. Foi a única razão pela qual eu saí correndo. Embora eu tivesse dormido por cerca de cinco horas hoje, eu estava cansada de novo e pronta para me deitar na cama com um livro.

Entrei e saí da Haskell em dez minutos e voltei para o meu carro no crepúsculo cada vez mais profundo. As luzes da rua estavam acesas durante o tempo em que estive na loja e lançavam um brilho sonhador sobre o estacionamento. Coloquei minha bolsa no ombro e troquei a sacola plástica de uma mão para a outra quando o fundo do plástico se rasgou e minhas compras caíram no concreto, vários itens rolando, fora do meu alcance imediato.

— Droga! — Eu praguejei, me abaixando para pegar minhas coisas.

Abri minha grande bolsa e comecei a jogar o shampoo e o condicionador que eu havia comprado, quando vi alguém parado em minha visão periférica, me assustei. Olhei para cima no momento em que uma mulher se abaixou, colocou um joelho no asfalto e me entregou a garrafa de Advil que havia rolado, aparentemente diretamente em seu caminho. Eu olhei para ela. Ela era jovem e tinha cabelos pretos longos e levemente ondulados. Ela podia ser linda, mas era difícil distinguir exatamente como era seu rosto sob o cabelo que caía sobre sua testa e caía ao redor de seu queixo. Ela estava vestindo jeans e uma camiseta azul. Na camiseta, havia uma mensagem em algum momento, mas agora estava tão desbotada e desgastada que ninguém sabia o que havia sido escrito nela uma vez.

Percebi tudo isso nos breves segundos que levei para alcançar sua mão estendida segurando o frasco de analgésico, momento em que nossos olhos se encontraram e pareceram se emaranhar. Seus olhos eram profundos e cor de chocolate, emoldurado por cílios longos e escuros. Linda.

Enquanto eu olhava para ela, senti como se algo se movesse entre nós, quase como se eu devesse estender a mão e tentar agarrar o ar ao redor de nossos corpos – como se talvez minha mão voltasse segurando algo tangível, algo macio e quente. Eu fiz uma careta, confusa, mas incapaz de desviar o olhar enquanto seus olhos rapidamente desviaram dos meus.