✧ Capítulo 30 - 𝓝ã𝓸 𝓢𝓮 𝓒𝓾𝓵𝓹𝓮

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Jennie Kim

No dia seguinte foi o Desfile Memorial da Polícia de Pelion

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No dia seguinte foi o Desfile Memorial da Polícia de Pelion. Fiquei na janela da lanchonete, observando os carros e caminhões passarem, as pessoas alinhadas na calçada agitando bandeiras. Eu me senti entorpecida, triste, dolorida.

Eu não tinha dormido muito bem. Eu senti a Lisa se revirando a maior parte da noite. Quando perguntei pela manhã se ela não conseguia dormir, ela apenas assentiu, sem dar mais explicações.

Ela não falou muito enquanto tomamos café da manhã juntas e eu me preparei para ir para casa pegar meu uniforme de trabalho e deixar o Kuma. Ela parecia perdida em pensamentos, ainda perdida dentro de sua própria cabeça e, no entanto, quando fui embora, ela me puxou para ela com força.

— Lisa, querida, fale comigo — eu disse, sem me importar se isso me atrasaria para o trabalho.

Ela apenas balançou a cabeça, oferecendo um sorriso que não alcançava seus olhos e me disse que me veria depois do trabalho e conversaríamos mais um pouco.

E agora eu estava na janela, preocupada. A lanchonete estava quase vazia já que toda a cidade estava no desfile e então eu pude me perder em meus pensamentos ininterruptamente por alguns minutos.

Observei as antigas viaturas policiais passarem, a multidão torcendo mais alto pelos carros antigos, e uma amargura tomou conta de mim. Lisa deveria estar aqui. Lisa deveria estar no jantar em memória de seu pai. E ela nem tinha sido convidada. O que havia de errado com esta cidade? Victoria Manoban, uma vadia malvada extraordinária, era isso que havia de errado com esta cidade. Como alguém como ela conseguia viver consigo mesma? Ela havia arruinado tantas vidas – tudo por quê? Dinheiro? Prestígio? Poder? Orgulho? Só para vencer?

E agora toda a cidade se curvou diante dela com medo das repercussões.

Enquanto eu estava lá, pensando em tudo o que Lisa tinha me contado na noite passada, minha barriga revirou e eu senti como se fosse vomitar. A realidade de como deve ter sido para uma menina de sete anos estar ali naquele dia era revoltante e horrível. Eu queria voltar no tempo e segurá-la em meus braços, confortá-la, fazer tudo desaparecer. Mas não consegui e doeu.

Fui tirada dos meus pensamentos pelo telefone vibrando no bolso do meu uniforme. O retirei rapidamente e vi que era uma ligação vinda de Ohio. Voltei para o balcão onde alguns clientes estavam sentados e fiquei de lado, perto da mesa de descanso, enquanto eu atendia a ligação.

— Olá — eu disse suavemente.

— Jennie, oi, aqui é o detetive Charles. Eu estava ligando porque tenho algumas novidades.

Olhei de volta para o balcão, notando que todos pareciam ter o que precisavam e virei as costas.

Ouvi distante a campainha da porta tocar, mas não me virei. Maggie poderia cuidar de novos clientes até que eu terminasse.

❥ 𝓐 𝓥𝓸𝔃 𝓭𝓮 𝓛𝓲𝓼𝓪 | 𝕵𝖊𝖓𝖑𝖎𝖘𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora