5- Problemas de confiança

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Oioiiii, voltei para mais duas atualizações semanais!

Espero que gostem dessa atualização, vou tentar voltar o mais rápido que puder para a segunda atualização da semana.

Por enquanto é isso, fiquem a vontade para comentar sobre o capítulo.

O capítulo pode dar alguns gatilhos com afogamento e quase morte. Se isso puder ser um gatilho de alguma forma, pule essa primeira parte do capítulo e só leia a partir da próxima marcação.

Essa capítulo vai ter bastante referências à música "Trust Issues" da Lauren Jauregui, então deixei na mídia se quiserem ouvir enquanto leem o capítulo.

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O som da água batendo na pedra branca e lisa da banheira ecoava pelo ambiente. A vaporização da água se espalhava no cômodo, cobrindo o espelho com a névoa branca.

O cacheado mediu a temperatura dá água como se o vapor quente que lhe fazia suar não denunciasse o calor que ela emanava. Tocou a superfície com a ponta do indicador, receoso. Tinha pavor de água gelada tanto quanto tinha medo das lembranças voltarem, se aquilo que mais lhe apavorava se juntasse, deveria se preparar para a crise que se seguiria.

Jogou seus sais de banho favoritos na banheira. O cheiro que emanava era uma combinação nova e perfeita entre si.

Desfez o nó do roupão felpudo que vestia, sentindo um alívio por se livrar da peça que cobria seu corpo e tornava sua temperatura mais alta. Caminhou com cuidado pelo piso ainda gelado, se apoiando na parede para entrar na banheira. Ao se sentar, sentiu seu corpo ferver com a temperatura da água, mas logo fechou os olhos e buscou esquecer aquele calor incômodo.

Suspirou, brincando com a espuma que se formou na superfície. Pegou um pouco com as duas mãos, assoprando assim que trouxe para mais perto. Com o tempo a água foi perdendo a temperatura, sendo ela morna a temperatura ideal para relaxar.

O cacheado deitou o corpo de uma maneira mais confortável e submersa, evitando a água do pescoço para cima. A espuma batendo na altura de seus ombros já estava ótimo para ele.

O cansaço acabou lhe vencendo, aproveitando que a água ainda estava morna para fechar os olhos.

Um aperto foi sentido em seu pescoço. Agora seu corpo estava totalmente imerso em um oceano escuro e de águas turbulentas. Seus pés e braços se mexiam de uma forma eufórica, tornando a superfície distante seu objetivo. Nadava até sentir os músculos de seus braços arderem. Seus pulmões queimavam, a sensação de perder o ar era sua maior inimiga. A escuridão lhe tomava e ela não vinha apenas pela falta de luz ao seu redor, também era um aviso lento, tortuoso de que sua consciência estava lhe abandonando.

O sentimento que a luta contra a correnteza trazia não existia mais. Como mais nenhuma sensação lhe atingia. Seu corpo parou de mecher instintivamente, seus olhos se fecharam.

Se encontrava caindo naquele abismo negro, sendo puxado cada vez mais fundo pela correnteza. Não sentia mais o alerta de seus pulmões clamando por ar, não sentia mais nada.

O frio lhe abraçava, como o vento ensurdecedor das piores noites de inverno. Seus músculos congelavam assim como as gotas da água se solidificam em pequenos flocos de gelo. O caminho de seu corpo era guiado pela correnteza, assim como a neve é guiada pelo vento em uma precipitação sútil. Sua queda poderia ser perfeitamente simbolizada pelo inverno. A neve pode cair de forma leve e delicada, tocando qualquer superfície da maneira mais gentil possível. Mas diferente de sua queda, seu toque era frio. O seu contato queima a pele e destrói qualquer forma de vida mais frágil. O mar tinha o mesmo efeito. Suas ondas são graciosas, hipnotizantes, trazendo consigo a sensação de conforto, lhe puxando para explorar sua parte mais funda.

First Conflicts -lsOnde histórias criam vida. Descubra agora