11- Correntes do Passado

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Harry acorda de abrupto, seu peito pesa enquanto sua respiração se torna descompassada e difícil. Ele abre os olhos percebendo que não estava sozinho no seu quarto, mas sim na casa de Louis e em cima dele.

Ainda um pouco receoso, cutuca o levemente o peito nu de Tomlinson com o indicador. Agradeceu pelo mais velho ter o sono leve, sendo logo acordado e abrindo os olhos rapidamente para ajudá-lo.

- Lou... -Ainda continuava os movimentos repetitivos sobre a pele tatuada- Eu tive um pesadelo.

- Calma, doce. -Este apenas se sentou na cama, trazendo o cacheado para sentar sobre seu colo- Foi só um sonho ruim, não pode mais te machucar.

O engenheiro entrelaçou seus dedos, acariciando a mão delicada do outro com a ponta do polegar. Pela penumbra do quarto, o moreno podia ver o rosto lívido e olhos abertos do companheiro enquanto seu peito pedia por ar.

Harry apertou o pulso de Louis, fazendo contato visual. Não podia ver a cor exata das íris claras, mas apenas ao receber aquele olhar já se sentia mais calmo.

- Respira comigo, amor. -Louis levou a mão do outro até seu peito- Sinta meu peito subindo e descendo, vamos respirar juntos.

O mais novo apenas balançou a cabeça freneticamente, tentando sentir o subir e descer do peito alheio para igualar-se a ele.

- Inspira pelo nariz. -O mais velho fez o que disse, sendo seguido pelo arquiteto no mesmo instante- Solta pela boca.

Ficaram um tempo indeterminado respirando de maneira sincronizada, Louis podia sentir o coração do cacheado voltando ao ritmo normal pouco a pouco.

- Você está indo muito bem, amor. -Incentivou o mais novo a continuar.

- Eu me sinto melhor... -Observou após um tempo, parecia agora estar sendo preenchido pelo sono após seu corpo ficar relaxado.

- Quer ficar acordado mais um pouco? -Perguntou o mais velho tocando o cabelo cacheado do outro, passar os dedos pelos cachos cor de chocolate era uma das suas coisas favoritas no mundo- Podemos ficar conversando, assistir um filme, eu posso fazer um chá para você dormir, você escolhe.

- Não sei se vou conseguir dormir. -Suspirou, deitando sua cabeça pesada sobre o ombro do outro- Quando tenho pesadelos, fico acordado a noite toda.

- Você parece estar com sono, doce. -Observou, recebendo um bocejo baixo do arquiteto como resposta- Eu cuido de você enquanto dorme se seu problema for o medo.

- Não precisa, vida. Acho que dormi o suficiente, posso ir pra casa e fazer alguma coisa...

Ao ouvir aquele comentário, Louis prendeu o corpo de Harry em um abraço, impedindo este de sair da sua cama. Deixou um beijo casto sobre suas pálpebras fechadas e levou uma de suas mãos para o cabelo cheio de cachos bagunçados novamente.

Não conseguiria voltar a dormir por estar preocupado com o mais novo e não permitiria que este saísse tarde da noite da sua casa. Queria mantê-lo ali, sob seus cuidados até o dia amanhecer, enquanto aguardava a próxima aurora que o teria para si novamente.

- Nada disso, você vai ficar aqui e se não quiser dormir, vamos arrumar algo para fazer juntos. -Segurou o rosto claro como porcelana em suas mãos, olhando diretamente para as orbes verdes e cansadas do companheiro- Não precisa mais passar por nada sozinho, eu estou aqui para você. Não vou sair do seu lado nunca e se apenas palavras não forem suficientes, minha presença tornará tudo verdadeiro.

- Então você não vai dormir? -Recebeu um aceno negativo do mais velho- Você realmente está apaixonado por mim.

- Eu não apenas estou como sou apaixonado por você e o tempo não vai mudar isso, apenas intensificar o que eu já sinto. -Afirmou, mesmo que a frase anterior do outro não tivesse sido uma pergunta.

First Conflicts -lsOnde histórias criam vida. Descubra agora