A Demência

Traumáticos

CAPITULO 4

TRAUMÁTICOS

(Traumatics)

          "Tive um pesadelo... Nele eu via uma praga de ratos, eram milhares deles á minha volta. 

          Eles subiram pelas minhas pernas e devoravam a minha carne. Minhas vísceras estavam expostas e todos eles entraram no meu corpo"

— Tirem ela lá! Tirem ela de lá!

— Senhor Curtis, não podemos fazer isso!

— Minha filha está viva! Ela tá viva!

— Senhor Curtis, eu insisto. O senhor está fora de si!

— Mas que droga doutor Albert, faça isso agora!

— Eu não posso! Guardas!

— Solta ele porra! Solta agora!

— Curtis? O que você está fazendo?

— Pra trás doutora François! Se alguém se aproximar eu quebro o pescoço dele!

— Última chance!

— Vão se fuder! É a minha filha que está lá dentro!

          A minha Lisa estava viva e eles estavam a vendo como uma demente. Meus olhos continuavam atentos a ela, mas não podia baixar a guarda para os soldados do E.S.

— Curtis, entendo o seu desespero. Isso não livra do fato de que ela tá contaminada!

— Cala boca! Então, então faça ela voltar!

— Isso é impossível. Ela está no último estágio da doença e... Seja o que for que aconteceu aqui hoje, isso não é regressivo.

— Existe ainda alguma coisa da minha filha ali dentro doutor. Exijo que me dêem uma resposta, façam uma cura, sei lá!

— Não, não! Você enlouqueceu? Não existe cura pra isso, apenas precauções. Pare com isso Curtis!

          Por um instante de descuido o doutor Albert conseguiu se soltar e cinco soldados do E.S. rapidamente me pararam. Ainda tentei resistir levando dois deles ao chão, mas sem sucesso.

— Parem, parem! Não façam nada com ele. É apenas um pai protegendo sua filha.

— Socorro! Me ajude doutora François!

— Curtis! Soltem ele seus animais!

— Acalmem- se! Acalmem-se!

"Papai..."

— Lisa? Meu amor? Sou eu... o papai filha!

          Todos ficaram perplexos, até os soldados acabaram me soltando surpresos.

— Oh, meu Deus! Você escutou isso François?

— Sim, doutor Albert.

"Papai..."

— Oi querida, pode falar. Tô aqui!