Cap 94

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Mt

O grego ligou e eu passei pra ele sobre trazer os menor de volta, ele achou melhor segurar mais uns dias, afinal o que eram 10 dias pra quem já ficou até agora.

Desci pra boca e fui dar uma olhada nas papeladas do que precisava ser resolvido essa semana, mas não tava conseguindo focar no que tava fazendo. Desbloquiei o celular abri o WhatsApp e mandei uma mensagem pro Gordo avisando que ia resolver uns bagulho hoje e não voltava mais pra boca.

Peguei a peça e a chave da moto e subi lá na marcinha. Chegando lá, entrei sentei numa mesa e pedi um wisky. Fiquei sentado lá um bom tempo vendo as mina dançando, até notar uma maluca me encarando. Ela me abriu um sorriso safado e veio vindo na direção da minha mesa.

Flávia - Perdido aqui no meio do dia ? - sentou na mesa

Mt - Perdido não, sei bem onde eu tô e o que eu encontro aqui - falei dando um gole no wisky

Flávia - Se sabe bem o que encontra aqui, sabe também o que eu vim procurar aqui com você - colocou o pirulito de volta na boca.

Mt - Bora resolver isso então - falei me levantando e indo em direção aos quarto.

Eu não era de ficar vindo na marcinha, nunca fui esses cara que curte puteiro. Mais tava com a cabeça cheia, precisa dispersa meus pensamentos.

Luísa

Resolvi oque precisava ser resolvido e fui pra casa, mandei uma mensagem pra Brenda, queria companhia.

Brenda - Tá carente ? - se jogou na sala quando entrou

Luísa - Queria sair, mas fazer algo longe daqui sabe ? - falei entediada

Brenda - Lá vem merda - negou

Luísa - Você vai me deixar ir sozinha ? Não tô acreditando nisso - dramatizei

Brenda - Amiga, meu irmão preso, você possivelmente investigada, geral querendo ocupar o posto do grego, em sã consciência você não deveria nem cogitar a ideia de querer fazer qualquer coisa fora do Rio. Aliás, fora do morro eu diria

Luísa - Não vejo a hora das coisas se acertarem, sinto que perdi minha liberdade no momento em que seu irmão foi preso, acho que até antes, mais agora tá demais.

Brenda - Ossos do ofício, consequências de se envolver com envolvido, você ainda escolheu levar essa vida, eu nasci nela sem opção de escolha - falou sem ânimo

Ficamos ali horas conversando.

Grego

Os dias aqui passava quase parando, tinham me avisado que minha advogada conseguiu uma nova audiência em breve. Hoje era quarta, dia da Luísa vir. Tava na boa sentado perto da grade esperando o carcereiro me buscar pra ir pra visita. Não demorou muito ele bateu na grade, me levantei e fui sendo guiado por ele até o quarto.

Deitei na cama pra esperar a Luísa, tava perdido nos pensamentos que nem notei ela entrando só me assustei quando ela sentou do meu lado

Luísa - tá chapado fio ? - riu - trouxe teu bolo preferido

Grego - Na moral, tô com saudade - puxei ela pela mão fazendo ela deitado do meu lado

Luísa - Isso aqui tá mexendo com a tua cabeça né ? - ela falou se aninhando

Grego - Sempre achei que viveria melhor sozinho, até ficar completamente sozinho - falei e ela apenas me olhava

Luísa - Não tá sozinho agora, tô aqui - ela sorriu

Grego - Tu sempre tá - selei nossos lábios. - Na moral, aqui dentro o que me sobra é tempo pra pensar, refletir tá ligada ? - ela acentiu - Nossa história é mó comédia né - ela riu

Luísa - Uma novela eu diria - ri

Grego - Preciso te mandar um papo, mas não quero tu brigando com a Brenda, ela me contou de uma conversa de vocês aí - ela se sentou na cama e fechou a cara

Luísa - Brenda não sabe fechar a boca, eu não tenho nada confirmado e também não iria interferir nas visitas nem nada, eu só queria respirar sabe ? - falou tudo muito rápido e embolado

Grego - Luísa, na moral. - fiz uma pausa - eu não posso te forçar a fazer nada que não queira. Se tua escolha for ir embora tu pode ir.

Luísa - Não é isso, eu só tava me sentindo sufocada com toda essa rotina envolvendo, drogas, armas, presídios, revistas sabe ? - ela parecia realmente exausta

Grego - Eu tô ligado, só quero me despedir - falei aquilo e os olhos dela se encheram d'água

Luísa - porque tá dizendo isso? Eu não vou deixar de te ver, e tem todo seu processo - interrompi

Grego - Brenda é a responsável agora - falei seco

Luísa - Voce ta me cortando da sua vida ? Assim do nada ? Depois de tudo que a gente passou, nessa altura do campeonato você tá me cortando ? - já chorava

Grego - Lu - peguei a mão dela - Tô te libertando, agora tu é livre pra viver onde e como quiser. - limpei o rosto dela. - Tu lembra, quando foi lá pra casa ? Tava arrumando suas coisas no guarda-roupa e achou uma caixa ?- ela acentiu - assim que começamos a nos envolver eu fiz um passaporte falso pra tu, tu vai pegar aquela caixa, seu passaporte, já tem uma conta aberta no nome que tá no teu passaporte com uma quantia em dinheiro que dá pra tu sair do Brasil e se manter um tempo bem - ela negava com o rosto encharcado de lágrimas

Luísa - não sei porque tá me contando isso, já disse que não vou pra lugar nenhum - falou entre soluços

Grego - eu já entrei aqui, sabendo que essa seria a última vez que eu ia te ver, que ia te tocar, sentir teu perfume - dei um cheiro no pescoço dela - não que eu precise, porque eu já conheço teu corpo até do avesso e o seu perfume, mas eu só queria um adeus antes de você ir. - ela apensas acentiu

Beijei ela, cada mínimo detalhe do seu corpo, senti ela como nunca, não transamos. Fizemos amor. Precisava daquilo como se fosse pra remarcar na minha memória.

Quando voltei pra cela e deitei no meu colchão, fechei os olhos e podia reviver meus últimos momentos com a Luísa. Antes de sair ela repetia por vezes que não iria me deixar, mais eu sabia que aquela tinha sido a última vez.

Amor bandido Onde histórias criam vida. Descubra agora