Cap 39

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Entrei em casa e fui em direção ao telefone fixo, disquei o número de celular do Mt e aguardei alguém atender.

Levei um susto ao ver a Clara descendo a escada com ele do lado.

Clara - Eu já fiz isso, pode desligar - ela riu de leve

Mt - Como tu tá ? O que fizeram contigo? - me analisava de cima a baixo pra ver se encontrava algo errado

Luísa - Eu tô bem, não fizeram nada calma - então ele me abraçou

Mt- Menor por um minuto eu vi o mundo virar de ponta cabeça e voltar pro lugar, tu não tem noção da bagunça que tu quase causou. - me soltou e voltou a me olhar - Tu tem que voltar comigo

Luísa - Bateu forte com a cabeça, não piso mais lá - falei indo em direção a escada e vi algumas mochilas no chão perto do sofá - Que isso?

Clara - Nossas coisas Luísa, a gente vai voltar pro morro - ela falava na maior naturalidade

Luísa - A porta tá aí pra tu sair quando quiser, eu vou ficar - sentei no degrau

Clara - Você tá vendo alguém aqui? Quem vai te proteger garota? Para de marra, ninguém tá pedindo pra tu voltar com ele, mais a gente precisa de proteção, se não for por você e nem por mim, que seja pelo bebê Luísa - ela apelou

O Matheus veio e sentou do meu lado, me puxou pra pertinho dele e me abraçou.

Mt- Eu tô ligado no que rolou, não vou passar pano pra ninguém, mas quero o teu bem... se tu disser que não quer ele perto de tu, assim vai ser, mas preciso de tu do meu lado loira, tô te pedindo pelo menorzinho que tá vindo aí pra nois cuidar.. - ele segurou meu rosto enquanto falava

Luísa - Eu vou pra tua casa - falei

Mt- Tu pode ficar onde quiser coração, desde que seja dentro do morro e perto de mim - me abraçou de novo.

A Clara encarava a situação como uma expressão indescritível, eu apenas peguei as mochilas e fomos pro carro. Chegando perto do morro eu sentia calafrios, meu estômago revirava, a ideia de encarar o grego de novo me angustiava, ele estaria virado no capeta, talvez com razão mais eu jamais diria isso pra ele.

Entramos no morro, mas não pela barreira, mt atravessou um matagal imenso que nos levou direto pra rua da quadra, descemos pra casa dele, provavelmente a barreira ainda estivesse cheia de policiais.

Mt- Eu tô indo na tua casa, tu vai comigo? - acenti - Fica a vontade aí Clara, tu já conhece.

Subimos pra minha casa, passamos na frente da casa do grego e o portão estava aberto, as luzes apagadas e a moto parada em frente.

Paramos em frente de casa o Matheus subiu pra pegar umas coisas pra mim e eu só conseguia encarar o portão da casa dele, quando me dei conta eu estava entrando.

A sala estava toda apagada, ninguém na cozinha nem no quintal de trás, subi devagar, quartos apagados e só um feixe de luz vindo do quarto dele, olhei pela porta e ele estava na sacada, o quarto cheirava a maconha, tinha algumas garrafas pelo chao, e ele tava debruçado no batente. Fiquei ali uns minutos observando.

Ele pegou o celular, desbloqueou e entrou no WhatsApp, e começou a gravar um áudio.

To ligado que ramelei, mas não posso perder tu... volta pra mim, tu é o ponto alto do meu dia, cê ta ligada que tu levou meu coração quando saiu por aquela barreira, volta pra mim... é clichê que eu tô ligado mas... vai ser diferente

Eu ouvia cada palavra atentamente, até meu celular apitar na mão com o áudio dele chegando e ele olhar pra trás.

Ele não disse nada apenas ficou me olhando, eu abri o WhatsApp e coloquei o áudio pra reproduzir.

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