Cap 74

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Mt

Depois que a Lu foi pra casa dela, quase não conversamos, depois da festa ela me mandou mensagem algumas vezes, nos vemos por conta do Yuri, mais nada além. Tava na boca agilizando uma coisa ou outra, grego tava meio distante dos negócios, o bacuri nasceu e ele tava dando uma força pra Fernanda com as coisas. Tinha aquele lance da Vitória que o gordo tava tomando conta de perto. Precisava dar um rolê pelo morro cobrando uns aluguéis, umas dívidas, podia mandar um vapor mais tava afim de esticar as canela.

Peguei o radin, o cano, meti na cintura, joguei a camisa nas costas e ajeitei o Bone, fui descendo a pé mesmo, sem muita pressa, fazia tempo que não dava um giro assim pela quebrada. Cheguei na casa de uma senhora, recebi o aluguel numa boa é assim foi em umas 3 casas após, chegou em uma, perto de uma viela nos fundos do morro, bati na porta e ninguém me atendeu, mas era nítido que tinha gente ali, quando tava me aproximando ouvi o maior quebra pau. Bati de novo e mais uma vez foi em vão, tava perdendo a paciência então meti o pé na porta. Quando a porta abriu vi um homem caído numa poça de sangue, e duas mulheres abraçadas chorando, uma aparentava ter uns 50 anos a outra uns 24 no máximo.

Mt - O que tá pegando aqui ? - falei na calma pois já desconfiava, quando analisei bem o rosto do difunto reconheci, direto tava no bar e na minha época caído a gente tinha dividido umas carreira. Que fase.

Marcela - Ele ia matar ela, eu já tinha jurado pra mim mesma que ele nunca mais ia relar nela, mais não era pra tanto, foi um acidente - metralhou as palavras

Mt - Como tu chama ? - passei pelo defunto e fui até elas

Marcela - Me chamo Marcela, essa é minha tia Jerusa. - elas tremiam talvez de medo, nervoso.

Mt - Então tá Marcela, primeiro se acalma, já acabou - ela tentou se acalmar- começa a história do começo

Ela contou, dos porres que ele tomava na rua, das drogas, das mulheres. Que chegava transtornado em casa, as vezes até acompanhado e quem sofria com isso eram elas. A marca do último soco no rosto da dona Jerusa iria permanecer ali por mais uns dias, o rosto tinha ficado bem inchado, mas foi o último.

Marcela - Ele chegou mais uma vez, transtornado, não deu tempo nem de dizer nada dessa vez, ele só deu um soco nela, eu não pensei direito na hora apenas o empurrei, ele caiu sentado mas logo se levantou e veio pra cima de mim - respirou fundo - a única coisa que tinha perto era o vaso de flores e foi isso que eu soquei na cabeça dele. - chorou - não era minha intenção matar ninguém, só estou cansada de ver minha tia sofrendo, de ser ameaçada, de viver essa vida miserável - sentou no sofá aos prantos

Mt - complicada essa situação aí, mais tenha a sua consciência limpa, você acabou de eliminar o verme que tornava a vida de vocês miserável, ele não é digno das lágrimas de nenhuma de vocês duas - limpei o rosto dela - Eu vou mandar alguém vim tirar o corpo e dar uma geral aqui.

Jerusa - O que vai fazer com o corpo ? - finalmente abriu a boca

Mt - jogar em qualquer vala por aí - senti seu olhar de tristeza

Jerusa - olha Matheus - segurou minha mão - Eu não espero que você me entenda, pois é muito novo ainda, mas o Gerci foi meu único marido, meu companheiro durante 32 anos de vida, apesar dos pesares, além da Marcela ele é a única família que eu tenho. - fez uma pausa, parecia se lembrar de algo e sorriu - nem sempre ele foi assim, éramos felizes, ele era um homem bom ! A morte do nosso filho amargou ele, acabou com sua vontade de viver, de ser alguém bom. Nada justifica as atitudes que vinha tendo, mais não podemos ignorar tudo o que ele já significou pra mim e se apegar apenas nas partes ruins, queria poder enterra-lo. - ela suplicou

Mt - Aí dona Jerusa, a senhora tem razão, eu não entendo como pode ter consideração a um homem que te fazia como saco de pancada - fiz uma pausa - mais se é essa a sua vontade, nois faz assim. - ela deu meio sorriso - Tinha vindo cobrar o aluguel do mês, mais tá tranquilo, mês que vem nois acerta, tô indo nessa, Jaja alguém encosta aqui pra ajudar, Fé !

Fui saindo, quando tava tinha passado da porta senti alguem segurar meu braço.

Marcela - Obrigada por tentar entender - ela deu um sorriso leve

Mt - Nao por isso - ela soltou meu braço e eu segui meu rumo.

Cobrei mais umas pessoas e tava voltando pra Boca quando vi a Luísa descendo, acho que tava indo pra loja, Yuri tava com ela e me viu de longe

Yuri - Paaaaa - gritou esperniando no colo como uma lombriguinha

Mt - Eai filhao - dei os braços pra ele que se jogou no meu colo - Eai - foi a única coisa que me referi a Luísa que me respondeu só com um sorriso forçado.

Luísa - Eu tô meio atrasada pra abrir a loja, quer ficar com ele depois você leva ele pra mim ? - acenti e ela foi descendo

Levei o menor pra almoçar comigo, depois passei na boca pra deixar o dinheiro, não demorei muito ali porque não era lugar de criança. Então fui indo pra loja levar ele pra Luísa pra terminar meu trampo.

Mt - Entregue - ela pegou ele no colo que foi todo sorridente

Luísa - Valeu, olha eu não gosto de incomodar, mais consegue ficar com ele amanhã de manhã ? - perguntou sem jeito

Mt - As vezes tu esquece que o filho é meu, como que isso me incomoda ? Se liga Luísa - falei sem olhar pra ela, ainda brincando com o Yuri

Luísa - É coisa rápida, não vou demorar, eu só vou dar um pulo na faculdade - interrompi

Mt - Vai sair do morro ? - ela se manteve imóvel - sozinha ? Perdeu o juízo ? - neguei com a cabeça. - te levo

Luísa - Sério não precisa, é coisa rápida - interrompi de novo

Mt - Não é negociável, o Yuri fica com a Joana e eu te levo - olhei o celular que não parava de vibrar no bolso, grego - Me manda o horário que vai querer ir que eu passo pra pegar você. Mais sozinha tu não trisca pra fora moro ? - ela acentiu e eu fui saindo.

Peguei o celular e retornei pro grego

Diz meu parceiro

Tá onde ?

Acabei de deixar o menor com a Luísa, tô indo pro barracão conferir umas coisas

Da um pulo aqui em casa, rápido !

Desligou

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