5- De volta para a magia

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~Riley

Dois dias se passaram, e eu não preguei o olho. Eu não parava de pensar na magia daquele lugar, nas fadas, na diversão, em tudo!

Mordendo os meus lábios, eu saio pela janela do meu quarto, totalmente decidida. Já estava de noite, e provavelmente a barreira estaria fechada, mas eu estava com a esperança. Esperança de estar aberta.

O clima aqui fora estava frio, e por sorte eu estava agasalhada. Hoje haviam poucas estrelas no céu, e as aves noturnas estavam caladas.

Chegando na floresta, um choque de realidade tomou conta do meu corpo. É claro que a barreira estaria fechada, eu pensei, balançando a minha cabeça. Encaro ela mais fixamente, imaginando como o outro lado poderia estar. 

Olhando mais atentamente para a estrutura, eu pude perceber que os espinhos estavam mais pontiagudos. Eu nunca havia os visto assim.

Escutando um barulho de asas acima de minha cabeça, eu saio do meu devaneio, e subindo o meu olhar, pude ver que era o Diaval. O mesmo apenas fez um som e voltou para dentro do reino. Uma gota de esperança voltou a se apossar de meu corpo. Será que ele conseguiria fazer a Malévola abrir para mim? Afinal, se ele conseguiu fazê-la mudar de ideia sobre eu ficar lá por umas horas, talvez ele consiga repetir isso. Talvez, eu pensei.

~Malévola

Sentindo algo me cutucar, eu abro os meus olhos, extremamente sonolenta. Com a minha visão turva, eu não pude distinguir quem ou o que era, mas após escutar um som extremamente conhecido, eu rapidamente fico com uma expressão raivosa, transformando-o em humano.

—Diaval, você está maluco!?— Exclamo, enquanto a minha visão ia ficando mais clara. —Eu espero que você tenha um bom motivo para ter me acordado.

—Então, senhora...— Ele fala, mexendo em seu cabelo. Estava nervoso, eu podia ver isso. —A Riley, ela está lá do outro lado, e eu gostaria de saber se...— Ele faz um biquinho, antes de continuar. —Se a senhora poderia abrir para ela. 

Franzindo o meu cenho, eu encaro ele. Então esse era o nome dela? De qualquer forma, eu não me importo.

—Essa garota perdeu a noção!?— Exclamo, enfurecida. —Vá até lá e fale para ela voltar. Eu já deixei claro que não a quero aqui!

—Senhora, por fav— Antes que ele pudesse continuar, eu o transformo em corvo. 

Humanos são todos iguais, você oferece a mão e eles já querem o braço! 

~Riley

Vendo Diaval voltar, ele pousa próximo a mim, balançando sua cabeça. Nesse momento, eu pude sentir tudo ser quebrado. É claro que Malévola não iria ceder, eu devia ter pensado nisso antes mesmo de sair de casa.

—Está tudo bem, acho.— Olho para ele, suspirando. —Então...Eu acho que eu vou indo.— Forço um sorriso fraco, porém quando eu me viro, eu escuto algo se abrindo. Me virando, tanto eu quanto Diaval estávamos surpresos. Ela tinha aberto. A malévola tinha aberto o caminho.

Com um sorriso no rosto, eu vejo Diaval fazendo um sinal para entrarmos. Era impressionante o tanto que ele era expressivo quando estava em sua forma de corvo.

Sem esperar nem mais um segundo, eu adentro o reino. Não demorou muito para a barreira se fechar de volta. Diaval, como estava em sua forma de animal, saiu voando por aí.

Sentindo uma calmaria preencher o meu corpo, eu respiro fundo, sentindo o leve ar gelado adentrando as minhas narinas. Esse local era diferente da cidade. Era calmo, e a paz aqui era nítida. Passando o meu olhar pelo lugar, pude ver que os vaga-lumes estavam espalhados, e as criaturas de lama dormiam, totalmente encolhidas. Foi uma cena fofa de se ver.

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