I See You

8- Impulso

Levantando da cama, o olhar de Aurora se fixa tanto em mim quanto em Diaval.

—Diaval!— Ela exclama, sorrindo.

—Olá, pequena aurora.— Ele fala, com uma voz meiga.

Se aproximando de nós, ela me encara, com um sorriso no rosto.

—Quem é você?— A voz totalmente alegre da garota preenche o local, fazendo com que todo o meu interior se ilumine.

—Eu sou a Riley!— Falo, sorrindo. —Prazer em conhecer você!

—Você é amiga da fada madrinha?— Ela pergunta, extremamente curiosa. O meu olhar se encontra rapidamente com o de Malévola, que agora, tinha um olhar curioso e, para mim, indecifrável. —Sou amiga do Dieval.— Volto o meu olhar para Aurora, e eu pude sentir Diaval todo orgulhoso ao meu lado. 

—Que legal!— Aurora fala, dando uns pulinhos. Seu olho estava brilhando. Ela realmente é uma garota extremamente radiante. 

Descendo as escadas do local, as duas param, olhando para o o mesmo completamente vazio.

—Vamos voltar para os Moors agora?— Aurora sussurra, encarando malévola, que olhava fixamente para a garota. 

—Se é o que você deseja.— Ela fala. Sua voz, pelo menos com Aurora, era extremamente delicada e reconfortante. 

Malévola assume a frente, adentrando o imenso local. Após fazer um gesto para Aurora ir até ela, uma rede de ferro cai do teto, prendendo-a ali. Tanto eu quanto aurora demos um pulo. 

Ver Malévola queimando a sua mão ao segurar aquele ferro, eu faço menção de me movimentar, mas Aurora já faz isso. Torcendo para que ela chegue até lá, vários guardas aparecem no local, e um deles seguram a mesma. Vendo que um estava vindo em minha direção, eu não pensei duas vezes em correr em direção a Malévola, completamente no impulso. Ela me encara, enquanto gemia de dor. Não aguentando essa cena, as minhas mãos se conectam com o ferro, mas antes que eu conseguisse puxá-lo, eu senti algo batendo em minha cabeça. A ultima coisa que eu vi foi o olhar de Malévola sobre mim, totalmente em choque.

~Malévola

Vendo Riley desmaiar por minha causa, eu senti o meu coração acelerar pelo seu ato, completamente inusitado e corajoso. Não entendi o porquê dela ter feito isso, mas agora não era o momento para se aprofundar nesse pensamento.

De repente, um dos guardas corre em sua direção, gritando o nome da mesma. A única coisa que eu ouvi além de seu nome foi: "—Minha filha!".

Totalmente fraca, eu sinto os meus joelhos encostarem no chão. Com a visão completamente turva, eu faço Diaval virar um dragão. 

Totalmente ofegante, eu vejo o mesmo começar a soltar fogo pela boca. Daqui a pouco esse cômodo estaria cheio de ondas de calor, tornando-se um perigo tanto para Aurora, quanto para Riley, que estava inconsciente. 

Dieval retira a rede de mim, me fazendo soltar um suspiro. Vendo aurora, totalmente assustada, eu falo para a mesma correr. Após ela fazer isso, o meu olhar se encontrava com o do guarda que segurava Riley no colo.

—Tire-a daqui!— Exclamo, e o guarda pareceu ficar impressionado com minha atitude, mas não demorou muito para ele seguir para algum outro cômodo com a garota.

Me levanto com dificuldade, vendo todos os guardas me cercarem com os escudos de ferro. Sentindo a minha visão embaçar e a minha cabeça girar, eu ando para um canto, que logo é bloqueado por dois escudos. Totalmente indefesa, eu encaro todos a minha volta. Diaval havia sido detido por correntes, não tinha mais o que fazer. 

No meio do fogo, um homem surge com o corpo inteiro coberto por armaduras de ferro. Ele trazia consigo uma corrente, e com a outra mão, segurava uma espada enorme. 

Encaro o mesmo, já sabendo de quem se tratava. Me distancio dele, que respirava pesadamente, repleto de ódio. Balançando a corrente, ele me faz voar no chão. Sentindo a minha barriga doer, eu gemo de dor. 

Stefan tira o capacete, revelando o seu maldito rosto. Com dificuldade, eu faço menção de levantar. Por cima de meus ombros, eu vejo a cabeça de Diaval ser arrastada até o chão, impossibilitando o mesmo de se mexer. Gemo de dor mais uma vez, encarando o chão. 

Os guardas começavam a bater o escudo no chão, fazendo um barulho insuportável. Alguns minutos depois, Stefan manda os guardas pararem, e assim eles fazem. 

Se aproximando de mim, eu o encaro.

—Como você se sente, hum!?— Sua voz me dava nojo. —Tanto poder de ser fada, mas sem asas?— Ele ajeita as correntes, enrolando-as em minha cintura. Um gemido alto saiu de minha boca, sentindo a minha pele queimar. —Em um mundo que não é seu!— Ele fala, me jogando para outro canto. 

Vendo de relance que tinha uma escada atrás de mim, lentamente eu subo os seus degraus, a fim de me proteger. 

Quando Stefan estava prestes a vir correndo para cima de mim com sua espada, eu sinto algo sendo embutido em minhas costas. Eram elas. Elas estavam de volta ao meu corpo. Uma luz amarela tomou conta do local, fazendo Stefan se afastar. 

Agora, me sentindo forte de novo, eu me levanto. 

~Riley

Sentindo a minha cabeça doer, eu acordo. Vejo um homem me encarando os olhos marejados, mas antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, os meus olhos se iluminam, me fazendo falar: —Pai!?

—Filha!— Ele fala com a voz abafada, me abraçando. —Que saudades de você, minha filha!

Sentindo os meus olhos ficarem encharcados, eu me distancio lentamente do mesmo, encarando-o. Seu olhar estava confuso com o meu ato, mas a dúvida que me assombrou durante anos acabou vindo à tona.

—Por que você nunca me procurou desde que partiu?— Minha voz sai completamente séria, enquanto eu me sentava na cama. Ele me olhava, triste. Eu não podia fingir que tudo estava bem, porque não estava. Todos esses anos, ele nunca deu um sinal de vida.

—Filha...— Ele fala, medindo suas palavras. Parecia se esforçar para não dizer nada que me magoasse. —Eu tentei.— Ele umedece seus lábios, enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto. —Sua mãe me proibiu de visitar você. Segundo ela, eu iria te influenciar a ficar do meu lado.

Balanço a minha cabeça, concordando. —É a cara dela fazer isso mesmo...— Ele concorda. 

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a Malévola vem em minha mente, me despertando.

—Eu tenho que ir!— Levanto da cama, saindo do quarto. Sem saber para onde ir, eu começo a correr, até que vejo uma figura feminina saindo de um cômodo. 

—Aurora!— Exclamo, correndo em sua direção.

—Eu libertei as asas dela!— Ela fala totalmente ofegante, me deixando, por um tempo, confusa. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Aurora pega em minha mão, a fim de ver a Malévola.

Chegando lá, eu pude ver a cena das asas voltando para o seu corpo. Ah. agora sim a frase dela havia feito sentido, e, caramba! Malévola estava magnífica -Não que antes não fosse-.

O olhar de malévola rapidamente se encontra com o de Aurora, e depois, com o meu. 

—Matem-nas!— O rei exclama, me deixando desacreditada.

Voando, Malévola puxa o rei pela corrente, fazendo o mesmo ficar pendurado no ar. Se esquivando de uma flecha -Que por sinal acertou o lustre, fazendo-o cair no chão, libertando as correntes de Diavol-, ela começa a girar, quebrando a janela imensa do local. Pude sentir essa cena ficar em câmera lenta. 

~Malévola

Me aproximando de Stefan, eu o enforco. 

—Acabou!—Exclamo, soltando-o. 

Quando eu vou me virar, eu sinto Stefan me pegar por trás, então, com toda a minha força restante, eu me viro, caindo da torre. A fim de voar, eu abro as minhas asas, fazendo-o cair no chão. Realmente, agora havia acabado, Stefan.