28- O Unicórnio

331 45 4
                                    

~Riley

Mais um dia estava se iniciando com os primeiros raios do sol batendo nas folhas ao nosso redor, iluminando a floresta pouco a pouco. 

— O cheiro da manhã é tão bom... — Comento, dando o máximo de atenção para as pedras abaixo de meu pé. 

Quando voltamos a caminhar, acabamos perdendo a noção do tempo. Não havíamos dormido nem por um minuto sequer. Malévola aparentava não estar com um pingo de sono.

— Ai! — Exclamo, sentindo o meu pé escorregar no limo. Meu coração disparou tanto que eu podia sentir as batidas exatas que ele estava fazendo.

No mesmo instante as mãos da fada foram de encontro com os meus braços, me puxando para perto de seu corpo. 

— Tenha cuidado. — Ela diz, me analisando. Queria ver se eu tinha me machucado em algum lugar.

Assento com a cabeça lentamente, me perdendo em seu olhar. Mais uma vez o tempo havia parado. Eu não conseguia escutar mais nada além de sua respiração. 

— Vamos continuar. — Solta o meu braço.

A fim de que não haja mais interrupções desse tipo, Malévola alonga as suas asas e me pega no colo. Faltavam umas seis pedras para chegar ao outro lado. Conforme mais próximo do ponto de chegada, mais os limos iam aumentando.

Quando suas asas bateram, as águas ao lado das pedras se movimentaram impacientemente, emitindo um barulho relaxante.

Já no alto, olhar de Malévola se manteve fixo no céu, completamente azul. Ela parecia estar pensativa.

— Ei... — Eu digo, levando minhas mãos até o seu pescoço, fazendo com que o seu olhar se voltasse para mim de forma instantânea. 

— Oi, querida. — Faz uma pausa. — O que foi? — Malévola pousa.

Antes que eu pudesse falar algo, eu avisto uma figura branca que estava distante de nós. Saindo do colo da fada, eu analiso a silhueta mais atentamente. Parecia uma espécie de cavalo.

Sem perceber, eu havia começado a andar em direção ao animal. Ele notou a minha presença, mas não se afastou. Não havia mexido nenhum músculo sequer.

O sol estava batendo sua calda branca, completamente hidratada. Parecia algo mágico - Embora o Reino todo fosse - . Quando o animal se virou para mim, minha boca se abriu de modo inconsciente. 

Com os olhos marejados, aproximo a minha mão lentamente em direção à sua cabeça. Ao finalmente encostar nela, pude ter a sensação de estar acariciando algo tão macio quanto um algodão. 

— Um unicórnio. — Malévola diz, parando atrás de mim. — Por que ele está aqui? — Sussurra para si mesma, me fazendo virar a cabeça para encará-la.

— Como assim? — Continuo acariciando a cabeça dele, que parecia estar gostando do toque.

— Humanos levaram os unicórnios quase à extinção. — Faz uma pausa. Seu olhar havia ficado sério. — Os que restaram, estão isolados de todos. Até mesmo dos seres daqui do Reino. — Volta o seu olhar para o animal, se aproximando.

Quando Malévola ficou a alguns centímetros de distância dele, ele começou a ficar agitado. Parecia estar muito incomodado com a sua presença. Antes de levantar o seu dedo anelar e médio, ela o encara de uma forma profunda. Parecia estar lendo a sua alma.

— Malévola? — Pergunto imediatamente, vendo uma luz verde emanar de seus dedos. — O que você está fazendo!? — Minha voz estava começando a acelerar.

I See YouOnde histórias criam vida. Descubra agora