~Riley
Meu peito estava doendo, e meu corpo ameaçava perder sua força por completo a qualquer momento. Eu não conseguia sentir o meu punho, apenas o sangue escorrendo.
De alguma forma, alguns minutos depois, os unicórnios ressurgiram das cinzas, muito mais fortes.
Antes eu conseguia derrubá-los com um soco, mas agora parece impossível. O máximo que eu consigo fazer é retardar os seus ataques, e mesmo assim, com muita dificuldade.
O povo de Malévola passou a atirar as flechas com mais precisão, mas não estava mais surtindo efeito. Gritos enfurecidos preenchiam o céu, que começava a ficar amarelado. O sol estava quase terminando de se pôr, me fazendo temer o início da noite, pois as chances disso aqui piorar são altas.
— Riley, cuidado! — Diaval corre em minha direção, me jogando para longe. Eu estava tão exausta que nem percebi que havia uma luz vermelha se formando ao meu lado.
Meu corpo bateu contra o chão de uma forma bruta, e acho que o peso de Diaval acabou contribuindo para isso, já que ele estava praticamente em cima de mim.
— Você está bem? — Pergunta, ofegante.
Paralisada pelo choque momentâneo, eu balanço a cabeça com dificuldade antes de uma enorme e forte luz verde fazer com que todos os unicórnios ao nosso redor voassem para longe.
Meu olhar se voltou rapidamente para a dona dessa ação, antes de Diaval levantar e erguer sua mão para que eu me levante.
— Obrigada. — Pego em sua mão, fazendo com que o seu olhar se volte para meus dedos, ensanguentados.
— Riley... — Suspira, preocupado. — Por favor, não ultrapasse o seu limite.
— Eu estou bem. — Respiro fundo, tentando assumir as rédeas da minha respiração.
Não demorou muito para os unicórnios se levantarem e começar a correr em nossa direção. Diaval ficou na defensiva, mas logo foi transformado em um grande tigre.
É, acho que isso facilitará as coisas para mim.
— Vamos lá, tigrinho! — Aperto o meu punho, fazendo com que Diaval dê uma rosnada. Acho que era para ter sido uma risada, só que acabou não dando muito certo.
Quando o meu punho se encontrou com o maxilar de um dos unicórnios, os meus olhos lacrimejaram de forma instantânea. Era possível sentir toda a minha mão pulsando, e acho que não faltava muito para o meu punho ficar em carne viva.
Umedecendo os meus lábios, eu olho para o unicórnio à minha direita, tentando bolar alguma estratégia.
— Diaval, consegue dar conta dar conta dos unicórnios à sua esquerda? — Pergunto, antes de uma flecha ser atirada no unicórnio que eu soquei. Como reposta, ele apenas caiu no chão. Não iria demorar muito para estar de pé, novamente.
Isso aqui será uma luta infinita.
Antes que eu pudesse me preparar mentalmente para o meu punho ir de encontro com outro unicórnio, outra luz verde aparece. Dessa vez, estava mais aguda e mais forte, o que fez com que abrisse um ferimento profundo em todos os unicórnios que nos cercavam.
Malévola tinha sido certeira agora. Acredito que a intenção dela é que ganhemos tempo para respirar um pouco, enquanto o povo dela tenta fazer o impossível para dar um fim nesses malditos animais mágicos.
Minha barriga doía a cada respiração que eu dava, e minha boca parecia um deserto. Eu precisava de água urgentemente, e só fui me dar conta agora que a poeira parece ter abaixado um pouco com os unicórnios feridos, impossibilitados de correr.
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I See You
RomanceAté que ponto o coração partido e a confiança traída de uma mulher poderia chegar? E mesmo assim, dentre todas essas barreiras, será que ainda poderia existir um espaço para o amor, a confiança, e a compaixão? *Slowburn