Acordei sentindo o meu coração disparar. Eu estava me sentindo estranha, como se algo estivesse me sufocando de dentro para fora. Precisei me levantar e dar algumas voltas circulares. Fiz isso tantas vezes que comecei a sentir um pouco de tontura.
Malévola ainda estava dormindo, o que me impossibilitava de descer a colina. Eu não queria incomodá-la, então tentei respirar fundo algumas vezes após parar de andar em círculo.
Não adiantou.
A sensação estava aumentando cada vez mais. Parecia que algo -Ou alguém- quisesse me avisar alguma coisa. E com certeza não era algo bom. Nada bom!
Volto o meu olhar para a fada. Seu rosto totalmente sereno me deixou, por um momento, aliviada.
Soltando um suspiro pesado, eu encaro o céu. Deve ser cindo da manhã, eu pensei.
— Riley? — Uma voz baixa e sonolenta surge, fazendo-me voltar o meu olhar para sua direção.
— Oi, querida. — Me aproximo da mesma, me sentando ao seu lado.
— Por que está acordada? — Senta na grama. — Ainda é cedo.
Balanço a cabeça em negação, indicando que não é necessário se preocupar.
Não adiantou muito. Ela me conhecia o suficiente para saber quando algo estava certo ou errado. E agora com certeza estava errado.
— Me fala. — Sua voz calma soa como música para os meus ouvidos. — O que houve? — Sua mão se encontra com a minha, fazendo o meu corpo vibrar.
— Estou sentindo algo. — Olho para os seus olhos. — Acho que... — Franzo o meu cenho ao sentir a resposta surgir de imediato. — A minha mãe... — Eu não conseguia continuar. Na verdade, eu não sabia como continuar.
— Riley! — Aperta a minha mão. — Vamos até lá quando o sol nascer por completo. — Faz uma pausa. — Enquanto isso não acontece, vem aqui. — Faz menção para eu deitar em seu tórax, e assim eu faço. Não demorou muito para a sua mão se encontrar com os meus cabelos, começando a acariciá-los de uma forma lenta.
Eu adormeci não muito tempo depois.
◔
Foi necessário Malévola me acordar, pois eu estava em um sono profundo. Ela me dava a paz que eu precisava.
— Está pronta? — Pergunta.
Eu havia tomado banho quando acordei, assim como ela.
— Estou. — Ajeito a minha postura. Eu estava com medo. Muito medo.
Malévola me pegou no colo, e quando eu menos percebi, já estávamos no alto. Coloco o meu braço ao redor de seu pescoço, fazendo a mesma olhar para mim rapidamente. Um leve sorriso surgiu em seu rosto.
— Antes você não sorria quando eu fazia isso. — Comento, a fim de aliviar a tensão instalada em meu corpo.
— Tem certeza? — Volta o seu olhar para frente, deixando a dúvida pairar no ar.
— Ué, sorria? — Franzo o meu cenho, fazendo com que um sorriso cínico surja em seu rosto.
Ela não respondeu nada.
— Acho que posso considerar isso como um sim, então. — Concluo, atraindo o seu olhar para mim novamente.
Mais uma vez ela se manteve em silêncio, me deixando intrigada com a situação.
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I See You
RomanceAté que ponto o coração partido e a confiança traída de uma mulher poderia chegar? E mesmo assim, dentre todas essas barreiras, será que ainda poderia existir um espaço para o amor, a confiança, e a compaixão? *Slowburn